Guiné-Bissau: Comícios vão marcar final da campanha
22 de novembro de 2019O atual Presidente e recandidato ao cargo, José Mário Vaz, o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, o candidato do Movimento para a Alternância Democrática, Umaro Sissoco Embaló, o candidato da Aliança Povo Unido (APU), Nuno Nabian e o ex-primeiro ministro Carlos Gomes Júnior realizam comícios de encerramento que vão levar milhares de apoiantes à capital.
A campanha foi marcada pela nomeação, por parte do Presidente, de um novo Governo, que foi recusado pela comunidade internacional, que exigiu a José Mário Vaz que se limitasse a uma gestão mais limitada. A Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) ordenou o reforço das forças internacionais destacadas num país que tem sido palco de grande instabilidade política nos últimos anos.
O favorito à vitória, Domingos Simões Pereira, opôs-se sempre a esse novo Governo e conta com o apoio do principal partido do país. Já Sissoco Embaló é apoiado por um partido que nasceu do próprio PAIGC, o Madem G15, que teve um surpreendente segundo lugar nas legislativas de março deste ano. Antes do comício final, Sissoco Embaló é recebido na capital de Cabo Verde pelo Presidente da República, numa audiência oficial.
Nuno Nabian conta com o apoio de uma das principais etnias do país, os balantas, e de dois partidos, a APU e o Partido da Renovação Social (PRS, que ficou em terceiro lugar nas legislativas). Por seu turno, Carlos Gomes Júnior beneficia de um passado como primeiro-ministro mas, na ocasião, era dirigente do PAIGC.
Apoio e carisma
Em entrevista à agência de notícias Lusa, o analista Miguel de Barros defendeu que a dimensão partidária e o carisma dos candidatos "são cruciais" e vão determinar quem vai ganhar as eleições presidenciais de domingo na Guiné-Bissau.
O sociólogo guineense referiu que "mesmo os candidatos que estão no pelotão da frente não são apresentados pelas suas candidaturas, mas como candidatos dos partidos e isso faz com que a dimensão partidária seja um elemento crucial que vai determinar quem vai ganhar as eleições".
De acordo com Miguel de Barros, outro fator será o carisma e os "candidatos exploram ao máximo aquilo que a sua figura possa representar", com uns a escolherem a bandeira da estabilidade, outros da paz, do futuro ou do resgate da dignidade internacional do país "porque cada um entende que é dentro desse âmbito que o seu carisma pode ser o elemento determinante do comportamento eleitoral".
A primeira volta das eleições presidenciais guineenses, a que concorrem 12 candidatos, realiza-se em 24 de novembro. A segunda volta está agendada para 29 de dezembro.