Bissau: Controvérsia nas eleições da Federação de Futebol
9 de agosto de 2020Um grupo de clubes de futebol da Guiné-Bissau elegeu, este sábado (08.09), o empresário Fernando Tavares, conhecido por "Bene", presidente da federação da modalidade, num processo que a secretária-geral da instituição, Virgínia da Cruz, disse ser contrário aos estatutos.
Fernando Tavares, atualmente presidente da Liga Guineense de Clubes de Futebol, foi eleito com 19 votos, entre os 26 delegados presentes na sala de um hotel de Bissau, onde decorreu o congresso.
No entanto, em entrevista à Lusa, a secretária-geral da federação guineense afirmou que o Comité Executivo "foi surpreendido com a realização de um suposto congresso" por parte de um grupo de associados e que já deu conta da situação à FIFA.
"Para já não temos muita informação sobre o que se passou. Na segunda-feira vamos ter de fazer um relato à FIFA, já com mais detalhes", disse Virgínia da Cruz.
Divergências
Os associados da federação de futebol da Guiné-Bissau, clubes da primeira e segunda divisão, mais as associações de árbitros, jogadores, jornalistas desportivos, medicina desportiva e treinadores, estão profundamente divididos quanto à data da realização de novas eleições na instituição.
A divisão ocorreu a partir do dia 24 de julho, data em que o Comité de Ética da FIFA anunciou que suspendeu Manuel Lopes 'Manelinho', presidente cessante da federação guineense, que se preparava para concorrer para um terceiro mandato consecutivo, por um período de 10 anos.
A eleição para escolha do novo presidente da federação estava agendada para o dia seguinte, 25 de julho, mas foi adiada no próprio dia, por falta de condições na sala onde o ato deveria ter lugar. Na altura, Lino Lopes, presidente da comissão eleitoral, explicou: "Vamos ter que adiar a votação de hoje, para encontrarmos uma outra sala, antes de 8 de agosto".
Mas o grupo de clubes que, este sábado (08.08), elegeu Fernando Tavares não concordou que a comissão eleitoral, por orientações do comité executivo da direção cessante, adiasse a votação para uma nova data – desta feita, 7 de novembro. E decidiu convocar e realizar a votação durante a qual elegeu Fernando Tavares.
Tavares concorreu com mais quatro dirigentes de futebol guineense. Os candidatos estavam contra a decisão de adiar as eleições por considerarem tratar-se de uma "manobra" para não realizar a votação.
Têm assento e direito a voto na federação 46 associados, entre clubes e associações.