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Guiné-Bissau: Juiz decreta prisão preventiva de governantes

Lusa
8 de dezembro de 2023

Juiz de instrução criminal decreta prisão preventiva para os dois membros do Governo guineense detidos há uma semana acusados de pagamento ilegal a empresários, disse hoje fonte judicial.

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Racial profiling - Symbolbilder
Foto: Boris Roessler/dpa/picture alliance

Segundo a fonte judical, o juiz considerou procedente a alegação de risco de fuga apontada pelo Ministério Público, que mandou deter os dois governantes,em 30 de novembro. O ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, encontram-se detidos nas celas da Polícia Judiciária em Bissau.

O Ministério Público investiga os dois governantes para apurar os contornos do pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de nove milhões de euros) a 11 empresários próximos do Governo, num processo que a oposição considera fraudulento.

O ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi
O ministro da Economia e Finanças, Suleimane SeidiFoto: Privat

Suspeita de prevaricação

Os dois responsáveis foram ouvidos pelo MP por suspeita de prevaricação e desrespeito das normas orçamentais, na passada sexta-feira, no mesmo dia mandou detê-los e hoje o juiz de instrução criminal confirmou a prisão preventivamente alegando risco de fuga do país.

O caso acabou por estar na origem de tensões político-militares que culminaram com a decisão do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, de dissolver o parlamentopor considerar que aquele órgão esteve do lado dos governantes em vez de defender o interesse público.

O Presidente considerou toda a operação de pagamento aos 11 empresários um ato de corrupção.

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Confrontos armados

Os governantes foram retirados das celas há uma semana por agentes da Guarda Nacional, que os colocaram no seu aquartelamento em Bissau, e horas depois registaram-se confrontos armados entre aquela força de segurança e a guarda da Presidência da República.

As Forças Armadas guineenses desencadearam operações que culminaram no fim dos confrontos, de que resultaram dois mortos, na recondução dos dois governantes às celas da Polícia Judiciária e na detenção do comandante da Guarda Nacional.

O Presidente guineense considerou a ação da Guarda Nacional uma tentativa de golpe de Estado.

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