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Militar detido no "caso 01 de Fevereiro" morre em Bissau

Lusa
31 de maio de 2024

Papa Fanhe, um dos militares detidos da tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 2022 na Guiné-Bissau, morreu hoje no hospital militar da capital guineense.

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Incidentes na capital guineense decorrem dias depois de uma remodelação do executivo, decidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco EmbalóFoto: Iancuba Danso/DW

Um dos militares detidos no que ficou conhecido como o "caso 01 de fevereiro" na Guiné-Bissau, morreu hoje (31.05), no hospital militar da capital guineense. De acordo com fontes judiciais e militares, Papa Fanhe, de 37 anos, "morreu na última madrugada" no Hospital Militar Central de Bissau, onde se encontrava em tratamento médico e para onde foi transferido das celas da Base Aérea de Bissalanca.

O antigo guarda-costas do ex-primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, era um dos detidos da tentativa de golpe de Estado de fevereiro de 2022 e a morte ocorre na véspera do julgamento do caso, marcado para terça-feira (04.06). O militar era capitão-de-fragata e foi um dos cerca de 50 detidos há mais de dois anos, entre civis e militares, acusados de tentativa de golpe de Estado no dia 01 de fevereiro de 2022.

Fonte familiar disse à Lusa que Papa Fanhe tinha sido autorizado pelo Ministério Público, civil, a sair da prisão "por não existirem provas contra si". A mesma fonte observou que a ordem "nunca foi respeitada" e nos últimos dias a saúde do Papa Fanhe piorou e foi transferido para o hospital, onde morreu na madrugada de hoje.

Julgamento à vista

De recordar que, no dia 01 de fevereiro de 2022, homens armados atacaram o palácio do Governo onde decorria a reunião do Conselho de Ministros, então sob a direção de Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló. Da ação morreram 11 pessoas, na sua maioria elementos do corpo de segurança dos governantes.

Ex-primeiro ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, no Luxemburgo.
Papa Fanhe foi antigo guarda-costas do ex-primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes (na foto à direita).Foto: Braima Darame/DW

O Presidente guineense e o Estado-Maior General das Forças Armadas disseram tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado, estando o julgamento de alguns dos acusados, concretamente 25 detidos, marcado para terça-feira a cargo do Tribunal Militar da Guiné-Bissau.

Entre os arguidos, que vão sentar-se no banco dos réus, estará o ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, apontado pelo poder político como sendo o líder da intentona. Fonte da justiça militar explicou que dos 25 pronunciados para irem a julgamento, alguns "ainda continuam a monte". Segundo a referida fonte, só deverão comparecer na sala do julgamento, na Base Aérea de Bissalanca, 12 pessoas "entre civis e militares", às 10:00 horas (11:00 em Lisboa).

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