Guiné-Bissau: O que prometem os principais partidos?
2 de junho de 2023Os eleitores guineenses escolhem no domingo (04.06) os novos deputados e o partido que vai formar o Governo. No boletim de voto, os mais de 890 mil eleitores poderão escolher votar entre vinte partidos e duas coligações. Mas que promessas fizeram estes partidos ao eleitorado durante a campanha eleitoral, que termina esta sexta-feira?
A DW questionou as principais forças políticas no país sobre as suas prioridades para a Guiné-Bissau nos próximos quatro anos. Num país mergulhado em crises, prometem melhorias em setores-chave. AInda assim, aos olhos dos analistas ouvidos pela DW, esta foi uma campanha "muito pobre" no que toca ao debate de ideias.
Valorização dos recursos humanos
Liderada pelo primeiro-ministro Nuno Nabiam, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) promete combater a corrupção, centrando o seu mandato nos "valores e recursos humanos" do país, rumo ao desenvolvimento, disse à DW, o secretário nacional da APU-PDGB, Agostinho da Costa.
Também a Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, uma coligação de cinco partidos, que tem como líder Domingos Simões Pereira, focou os seus discursos da campanha eleitoral na promoção do saber e na valorização dos recursos humanos. A PAI - Terra Ranka centra a sua estratégia para os próximos quatro anos na juventude e nas mulheres guineenses, prometendo até, em caso de vitória, criar o "primeiro banco das mulheres na República da Guiné-Bissau".
Fazem parte da coligação PAI-Terra Ranka, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo (PAIGC), a União para a Mudança (UM), o Partidos Social Democrata (PSD), o Movimento Democrático Guineense (MDG) e o Partido da Convergência Democrática (PCD).
Paz e estabilidade
Por sua vez, o Partido da Renovação Social (PRS), que integra o atual Governo, diz ter como prioridade a consolidação da paz e estabilidade do país. Nos seus comícios, o cabeça de lista Florentino Mendes Pereira frisou ainda a necessidade de mudar o atual panorama do país.
Liderado por Botché Candé, o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG) é uma das oito formações políticas que se estreia em eleições. Candé diz que o seu partido foi criado para "construir estradas, para que haja luz e escolas para a juventude" e saúde para os guineenses.
Ao contrário dos demais, o líder do MADEM-G15, Braima Camará, deixa para depois da vitória o anúncio das prioridades e estratégias do partido. Ao eleitorado acena com "um fundo de 100 milhões de dólares" que diz já ter assegurado no âmbito da União Económica e Monetária do Oeste Africano.
Durante a campanha, o MADEM-G15 adotou a estratégia de se colar à imagem do Presidente Umaro Sissoco Embaló, um dos seus fundadores, usando a sua imagem nos cartazes e nos ecrãs dos palcos nos comícios. O líder do partido afirmou que o desenvolvimento do país só será possível com esta dupla no poder.