Hamas anuncia morte de um dos seus comandantes
17 de outubro de 2023Ayman Nofal, um comandante das Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, foi morto num "bárbaro ataque sionista" ao campo de Bureij, indica um curto comunicado.
Previamente, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, tinha emitido um aviso aos membros do Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), que só lhes resta a alternativa de morrer nas suas posições ou “renderem-se incondicionalmente”.
"Não há uma terceira opção. Vamos aniquilar a organização Hamas e desmantelar todas as suas capacidades", disse o ministro da Defesa israelita durante uma visita a uma base aérea no sul do país.
Gallant aproveitou a oportunidade para se encontrar com pilotos e técnicos da frota de aviões ‘F-35’ da força aérea israelita, afirmou que os aviões do Estado hebraico “chegarão a todo o lado” e que cada um dos mísseis "tem uma direção".
"Chegaremos a todos e a cada um dos membros do Hamas", acrescentou, insistindo na ideia de que Israel vai eliminar os militantes palestinianos do movimento islamita após a ofensiva sem precedentes desencadeada contra Israel a 07 deste mês.
Visita de Biden incentivará morte de palestinianos
O porta-voz do movimento islamita Hamas, Hazem Qassem, afirmou hoje que a visita do Presidente dos Estados Unidos a Israel, na quarta-feira, vai servir de incentivo a "mais massacres contra os palestinianos".
Numa entrevista telefónica concedida à televisão CNN, Qassem censurou a Administração norte-americana pela sua postura “agressiva” contra os palestinianos e por aceitar a “retórica israelita”.
“Infelizmente, a Administração dos Estados Unidos e o Presidente [Joe] Biden tomaram uma postura muito agressiva contra o povo palestiniano e caíram na narrativa israelita. A sua visita serve apenas para apoiar financeiramente e moralmente os israelitas, encorajar a ocupação e a realização de mais massacres contra os nossos irmãos, crianças e idosos palestinianos", referiu o porta-voz do Hamas.
Biden tem viagem marcada para esta quarta-feira, aceitando assim o convite do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e na sequência da visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a Israel.
Depois, o Presidente dos Estados Unidos viajará para a capital da Jordânia, Amã, onde se reunirá com o rei jordano Abdullah II, com o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, e o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
Exército israelita ameaça arruinar Líbano
Entretanto esta terça-feira (17.10) o exército israelita ameaçou arruinar o Líbano caso os ataques do grupo xiita Hezbollah aumentem na zona fronteiriça, com o porta-voz da instituição a admitir que Israel está preparado para uma guerra em duas frentes.
“Esperamos que o Líbano não cometa o erro de arruinar o seu país por causa do Hamas”, afirmou o porta-voz internacional do exército israelita, Richard Hecht, aludindo às hostilidades que se têm registado na fronteira dos dois países quase desde o início da guerra entre Israel e as milícias palestinianas da Faixa de Gaza.
Estas declarações foram feitas pouco depois de o exército ter divulgado o lançamento de um míssil antitanque a partir do território libanês em direção à cidade israelita de Metula, que segundo Hecht, “causou feridos”.
Questionado sobre se o exército está preparado para uma guerra em duas frentes que inclua tanto as milícias de Gaza como as do Líbano, o porta-voz militar observou que, embora o foco principal seja, atualmente, o conflito com o Hamas, as defesas na frente norte foram reforçadas.
“É claro que estamos preparados para lidar com uma guerra em duas frentes”, sublinhou Hecht.
Faltam alimentos em Gaza
O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou que só restam alimentos para quatro a cinco dias nas lojas da Faixa de Gaza.
"Nas lojas, as reservas (de alimentos) são de alguns dias, talvez quatro ou cinco dias", declarou a porta-voz do PAM (agência do sistema da ONU), Abeer Etefa, numa conferência de imprensa em Genebra.
A destruição de infraestruturas em Gaza, como as lojas onde as pessoas podiam resgatar a assistência do PAM, dificulta a prestação de serviços humanitários e, além disso, "as lojas estão a enfrentar enormes dificuldades para reabastecer em armazéns" que ainda têm reservas de alimentos, mas estão localizados no norte da Faixa de Gaza, relatou Abeer Etefa.