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H&M: imagem polémica encerra lojas na África do Sul

António Deus
15 de janeiro de 2018

H&M decidiu fechar as lojas na África do Sul, após protestos violentos contra imagem da marca considerada racista. Segundo comunicado no site da empresa sueca, a decisão foi tomada por questões de segurança.

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Kassel Symbolbild Logo H&M schwedisches Textilhandels­unternehmen *** 09 01 2018
Foto: Imago/Hartenfelser

Está lançado o caos numa das maiores marcas de roupa em todo o mundo. A marca sueca de vestuário, Hennes & Maurtiz (H&M), encerrou temporariamente todas as lojas na África do Sul. Em causa está uma fotografia na loja online da empresa, na qual se pode ver um jovem manequim de pele negra, com uma camisola com a seguinte frase estampada: "O macaco mais fixe da selva". Esta fotografia levantou uma tempestade de reações, um pouco por todo o Mundo, comentários que acusam a H&M de racismo e discriminação.

Palavras ganharam corpo

O descontentamento passou das palavras às ações, quando várias lojas da H&M foram invadidas e destruídas por manifestantes. Um dos locais onde foi mais visível o descontentamento dos sul-africanos foi numa loja, num centro perto de Joanesburgo. Várias pessoas entraram pela loja adentro e varreram tudo o que aparecia pela frente, atos que levaram à intervenção policial, que chegou a disparar várias balas de borracha sobre os manifestantes. As autoridades afirmam ainda que vários objetos foram roubados da loja H&M, e outros artigos foram vandalizados.

Pedido de desculpas

A H&M não perdeu tempo e ordenou o encerramento temporário de todas as lojas na África do Sul. Num comunicado da empresa sueca, pode ler-se que: "Por motivos de segurança, pelos nossos funcionários e clientes, fechámos temporariamente todas as lojas da área", acrescentando que a empresa vai monitorizar a situação de perto e "reabrir as lojas assim que a situação se torne novamente segura. Acreditamos seriamente que racismo e discriminação, seja de que maneira for, deliberada ou acidentalmente, são simplesmente inaceitáveis. Sublinhamos que o nosso incrível staff da loja, não teve nada que ver com o nosso produto e imagem".

Ainda no comunicado, a empresa H&M lamentou o sucedido e afirma que vai apurar os responsáveis pelo anúncio publicitário polémico.

"Percebemos que muitas pessoas estão chateadas com a imagem. Nós, que trabalhamos na H&M, só podemos concordar. Estamos profundamente tristes que a fotografia tenha sido tirada, e também nos arrependemos da própria peça. Com isso em mente, não só removemos a imagem dos nossos canais, mas também a peça da nossa oferta de produtos a nível global. É obvio que a nossa política não foi seguida devidamente. Disso não temos dúvidas. Vamos investigar porque é que isto aconteceu, para prevenir que este tipo de erros voltem a acontecer novamente."

Famosos sem papas na língua

Foram vários os sentimentos de revolta por parte de vários nomes conhecidos, quer do cinema, política, e música. O cantor canadiano, Abel Makkonen Tesfaye, conhecido na esfera musical como "The Weekned", deixou registado nas redes sociais o seu desagrado e repúdio com a empresa a quem dava o rosto para eventos publicitários. Dava, porque como se pode ler abaixo, o músico afirmou estar "envergonhado e ofendido", e que não irá trabalhar mais com a marca sueca H&M.