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Inhambane: Novas salas de aula dois anos depois do Dineo

21 de maio de 2019

Dois anos depois do Dineo, as autoridades de Inhambane inauguraram novas salas de aula, mas os alunos continuam a assistir as aulas na rua, debaixo de árvores. Cerca de 696 salas estão ainda em reabilitação.

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Novas salas de aulas em Inhambane Foto: DW/L. da Conceição

Os parceiros de cooperação internacional de Moçambique entregaram nesta segunda-feira (21.05) às autoridades da província moçambicana de Inhambane algumas salas de aulas reabilitadas após a passagem há dois anos do ciclone Dineo, embora insuficientes para atender a demanda, porque o Governo provincial está sem dinheiro. A província de Inhambane, no sul de Moçambique, ainda tem centenas de salas de aulas por reabilitar, enquanto os alunos continuam a assistir as aulas em baixo de árvores e dentro de tendas.

Clotilde Ernesto, aluna da escola primária de Zualo, em Homoine, situada na província de Inhambane, afirma que depois da passagem do ciclone Dineo, começou a assistir as aulas sentada em baixo de uma árvore ou em tendas, mas com a entrega, nesta segunda-feira, num ato simbólico, das novas nove (9) salas num total de cinquenta (50) a situação melhorou.

"Sofremos as consequências do ciclone Dineo em 2017 que destruiu todas as 9 salas de aulas e o bloco administrativo, situação que nos obrigou a estudar em baixo das árvores e tendas durante dois anos", declarou.

Desde o dia 15 de fevereiro de 2017 milhares de alunos viram as suas salas destruídas pelo ciclone Dineo na província de Inhambane, facto que levou o Governo da Irlanda e a UNICEF a ajudarem na construção de 50 salas de aulas nos vários distritos da região.

Mosambik Inhambane Rehabilitations-Schulen
Foto: DW/L. da Conceição

Obras ainda por fazer

Passaram, portanto, dois anos que o ciclone Dineo atingiu a região de Inhambane. O ato da entrega das salas de aulas que teve lugar agora em Homoine, deveriam ter acontecido em janeiro do corrente ano, mas devido a dificuldades financeiras e a subida dos preços do material no mercado as obras demoraram 5 meses.

Abdul Nasser, empreiteiro das obras diz que a demora foi principalmente devido a definição e escolha do material. Esses meses serviram para que se chegasse a um consenso entre as partes envolvidas no processo de construção.

"Tivemos alguns constrangimentos por causa da definição do material e como tudo não estava claro só mais tarde é que acabamos por chegar a um consenso".

Por seu lado, Camille Baudot, chefe do departamento da educação na UNICEF ao nível central, disse que nos próximos tempos milhares de crianças poderão estudar em salas de aulas melhoradas e resistentes a tempestades. "Graças à essa intervenção 5 mil crianças poderão voltar à escola em salas de aulas resilientes".

Inhambane: Dois anos depois do Dineo, entregues novas salas de aula

Parceiros estão a reabilitar 696 salas de aulas

Pronch Muray, da embaixada da Irlanda, disse que os valores que reabilitaram as salas de aulas em Inhambane visam responder a situação de emergência e condicionar os serviços básicos a população local. "Para reabilitação de emergência e serviços básicos da educação para a população".

Entretanto, Palmira Pinto, diretora provincial da educação e desenvolvimento humano em Inhambane revela que cerca de 696 salas estão ainda para serem reabilitadas, apesar do ciclone ter fustigado a província há dois anos, mas o problema é que o setor da educação e outros serviços governamentais estão sem dinheiro. "Das 2222 salas de aulas destruídas, foram até ao presente momento reabilitadas 1737”.

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