Inhaminga - cidade de ruínas
Muitos edifícios coloniais desmoronaram na localidade moçambicana de Inhaminga, na província de Sofala no centro do país. Inhaminga, no tempo colonial, era um ponto de confluência de várias vias, entre elas de comboio.
Ruína em Inhaminga
A localidade moçambicana de Inhaminga, no tempo colonial, era um ponto de confluência de várias vias, entre elas de comboio. Os edifícios coloniais já desmoronaram. Inhaminga tem cerca de 20mil habitantes e situa-se na provincia de Sofala, a cerca de 180 quilómetros a norueste da cidade da Beira. Esta localidade terá sido, também, palco de massacres perpetrados pela PIDE no tempo colonial.
Decadência depois de 1975
Muitos imóveis coloniais, depois da independência em 1975, foram ocupados por funcionários da FRELIMO. Mas os novos donos – regra geral - não se responsabilizaram pela manutenção dos mesmos. E assim não se conseguiu evitar a ruína de muitos edifícios como este em Inhaminga, no centro de Moçambique.
As ruínas ainda albergam moradores
Os telhados caíram, as portas e janelas apodreceram, mas a maior parte dos edifícios continua a albergar moradores. Algumas das casas foram cobertas com telhados de chapa. Corrente elétrica pública é algo que não existe. O fornecimento de água é assegurado através de algumas fontes públicas.
Avenida em Inhaminga
As avenidas que rasgam Inhaminga são largas e parecem mesmo super-dimensionadas. Espaço é coisa que aqui não falta. A linha ferroviária de Sena tinha sido destruida na guerra, mas foi reaberta em 2012 para assegurar o transporte de carvão extraído em Moatize, provincial de Tete, para o porto da Beira. Inhaminga voltou assim a recuperar alguma importância estratégica, há muito tempo perdida.
Cinema em Inhaminga
Este edifício corre um sério risco de desmoronar. Mas por enquanto continua a ser parcialmente utilizado para a exibição de filmes.
Fecalismo a céu aberto
As antigas antigas piscinas municipais também já viram melhores dias. Há muito tempo que fecharam. Alguns habitantes utilizam agora o local para fazer as suas necessidades.
Calvário de pau
Na igreja de Inhaminga vêem-se peças de Madeira que retratam o tema da Guerra: Inhaminga – durante mais de vinte anos– foi palco de conflitos armados. Primeiro surgiu a guerra entre a FRELIMO e o poder colonial. Depois da independência foi a vez dos rebeldes da RENAMO desafiar o governo da FRELIMO durante a guerra civil moçambicana.
Memórias da guerra
Nos tempos coloniais, o Sr. Espanhol trabalhou como motorista da missão católica de Inhaminga. Ele conta que a PIDE matou dois dos seus irmãos. „Foram enterrados vivos com a ajuda de um bulldozer“, recorda o Sr. Espanhol.
Antiga sede da administração colonial
O antigo edifício-sede da administração colonial portuguesa encontra-se numa zona limítrofe ao centro de Inhaminga. É mais um dos edifícos que ameaça ruir em breve por completo.
Símbolos do poder colonial
A fila de pilares é imponente e faz lembrar que o edifício administrativo era um verdadeiro símbolo do poder colonial. Desde o iníco da guerra colonial, em 1964, a PIDE esteve sempre presente e levou a cabo muitas operações, que culminaram em ataques e detenções arbitrários.
Quartel do exército colonial
Também este edifício se encontra destruído: um símbolo do fim da era colonial: o quartel do exército que combatia o movimento de libertação nacional FRELIMO situava-se mesmo ao lado do edifício administrativo.
Massacres de Inhaminga
Em Inhaminga todos conhecem o local, onde terão acontecido os massacres das populações locais, durante o tempo colonial. Diz-se que atrás de um muro, a cerca de três quilómetros de distância do centro de Inhaminga, ainda jazem os corpos das vítimas. Pouco se sabe sobre história e práticamente ninguém conhece o local.