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Filipe Nyusi ameaça reagir a tentado contra unicidade

31 de agosto de 2020

O norte de Moçambique passa a partir de hoje a contar com uma Agência de Desenvolvimento integrado para promover o crescimento económico e social. E em Pemba, Filipe Nyusi falou com o bispo de Pemba sobre a insurgência.

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Mosambiks Präsident Filipe Nyusi
Foto: privat

Umas das causas invocadas por vários estudos feitos por Organizações da Sociedade Civil (OSC) moçambicanas para explicar a insurgência na província nortenha de Cabo Delgado é a alegada desigualdade social e falta de oportunidades para as populações locais, com particular destaque para a juventude.

Apesar de não se referir diretamente a estas hipóteses, esta segunda-feira (31.08), durante o discurso do lançamento da Agência do Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) em Pemba,Cabo Delgado, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anotou que, apesar de albergar 30 porcento da população moçambicana, as províncias do norte (Cabo Delgado, Niassa e Nampula) enfrentam um elevado índice de pobreza, em comparação com o resto do país.

A ADIN, de acordo com Filipe Nyusi, visa impulsionar o desenvolvimento harmonioso, integrado e equilibrado das referidas províncias.

Os objetivos da ADIN

Entre os vários vetores, a agência atuará, na assistência humanitária às vítimas do terrorismo, na garantia do ensino básico, serviços de saúde, provisão de água e saneamento as populações afetadas por eventos extremos, garantia da segurança alimentar das populações, incluindo a criação de condições para a auto-produção.

Mas também, de acordo com Filipe Nyusi, visa "criar oportunidades de emprego e formação para os jovens, promover iniciativas de investimento para o desenvolvimento sócio-económico das comunidades, através de micro, pequenas e medias empresas e promover a construção de infraestruturas para o melhor acesso aos mercados e serviços".

E já existe o plano de atividades planeadas no contexto da ADIN. Fazendo a apresentação detalhada da instituição, o ministro da Terra, Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, fez saber que "os governos provinciais pretendem dar a assistência a 70 mil famílias, gerar mais 100 mil hectares de produção, vias de acesso de 2160 quilómetros e gerar 35 mil beneficiários, nos próximos três meses".

Mosambik Celso Correia
Celso Correia, ministro da AgriculturaFoto: Ferhat Momade

E Correia garante: "Neste momento já temos os kits em Cabo Delgado para distribuir a população, iremos entregar os primeiros kits para abrir novos centros de reassentamento dos governos locais. Estão também previstas duas unidades onde os jovens vão poder começar processar a sua castanha de caju nesta campanha".  

Nyusi ameaça

O analista político Mussa Juma dá nota positiva a iniciativa do Governo de criar oportunidades para as populações do norte do país, para que possam prosperar através de investimentos de diversa ordem. Mas lembra que para que a ADIN consiga alcançar os objetivos para os quais se propõe, essas oportunidades deverão priorizar a inclusão.

"Acredito que se este projeto for bem-sucedido poderá dissuadir a atração da camada juvenil para redes criminosas que desestabilizam Moçambique", entende Juma.

E falando sobre a segurança do país, Filipe Nyusi alertou: "Que fique claro que, qualquer ameaça, ataque ou tentativa de desestabilização a qualquer ponto do país, usando qualquer método subversivo, constitui um atentado a coesão e a unicidade do povo moçambicano e como tal, reagiremos como povo realmente uno e indivisível.”

Encontro entre o Presidente e o bispo de Pemba

Mosambik Pemba Dom Luiz Fernando Lisboa
Dom Luiz Fernando Lisboa, bispo de PembaFoto: DW/D. Anacleto

Ainda nesta segunda-feira (31.08), o Presidente da República manteve um encontro com o bispo da diocese de Pemba, Dom Luiz Lisboa. Numa reunião privada, as duas figuras analisaram a situação do terrorismo em Cabo Delgado, a crise humanitária e o contributo da igreja católica no apoio às vitimas dos ataques insurgentes. E no final do encontro houve declarações a imprensa.

"O país está a viver num momento em que o país precisa de falar, dialogar. É preciso compreender o que o outro vê num ângulo e o que o outro sabe duma forma", apelou Nyusi. 

E o Presidente afirmou ainda o seguinte: "Sendo a parte religiosa, esse nosso bispo aqui, tem muita informação, informação essa lógica porque está implantada aqui no território da província e tem muitos crentes. Aproveitamos o momento para partilharmos informações até algumas ideias."

Já o bispo de Pemba, Luiz Fernando Lisboa, avaliou o encontro com o estadista da seguinte forma: "Foi muito rica e frutuosa a nossa conversa. Então, agradeço imensamente essa visita".

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