Irão ataca bases norte-americanas no Iraque
8 de janeiro de 2020O anúncio do ataque contra a base de Al-Assad pela televisão estatal do Irão foi descrito como uma "operação de vingança" pela morte do general iraniano Qassem Soleimani. Esta madrugada, o Pentágono confirmou os ataques às bases de Al-Assad e Irbil.
Segundo o porta-voz Jonathan Hoffman, o Pentágono avaliará a situação para tomar as medidas necessárias, proteger e defender os EUA e os seus aliados na região.
Numa primeira reação ao ataque, o Presidente dos Estados Unidos disse estar "tudo bem" e prometeu falar ainda hoje sobre a situação. "Está tudo bem! Mísseis lançados do Irão contra duas bases militares localizadas no Iraque. A avaliação das vítimas e danos materiais está em curso. Até agora, está tudo bem", escreveu Donald Trump na rede social Twitter.
Na terça-feira (07.01), o chefe de Estado norte-americano declarou que a retirada das tropas norte-americanas do Iraque seria o "pior" que poderia acontecer a este país: "Se sairmos, o Irão terá uma posição muito melhor e o povo do Iraque não quer ver o Irão a comandar o país".
No desenvolvimento dos ataques desta madrugada, o Irão ameaçou atacar "no interior dos EUA", "Israel" e "aliados dos EUA". A ameaça foi feita no canal dos Guardas da Revolução, citado pelo canal no CNN, em comentário a uma eventual retaliação norte-americana aos ataques contra as duas bases.
Líderes europeus apelam ao diálogo
Os líderes europeus, por sua vez, têm apelado a que "todos os atores envolvidos" mostrem algum "sentido de responsabilidade". Garantem que a saída para esta tensão no Médio Oriente está no diálogo.
"Vimos os argumentos dos EUA, mas faltam as informações para entendermos as justificativas que foram dadas", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Rainer Breul.
Devido às crescentes tensões na região, as forças armadas alemãs anunciaram esta terça-feira (07.01) a retirada de parte dos soldados atualmente estacionados no Iraque em missões de formação, e a transferência para a Jordânia e para o Koweit.
A primeira reunião da Comissão Europeia deste ano realiza-se hoje em Bruxelas e será "especialmente" dedicada à crise entre Irão e Estados Unidos. A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, convocou a reunião dizendo que "o Alto Representante e vice-presidente [Josep] Borrell e outros comissários farão uma reflexão sobre as consequências, para as diferentes partes interessadas, dos desenvolvimentos no Iraque e na região".
Segundo Ursula von der Leyen, "a Europa tem uma responsabilidade especial" nesta situação. Por isso, reforçou no mesmo comunicado, "à medida que as tensões aumentam, a Europa está em conversações com todos os envolvidos".