Israel ataca Rafah após mísseis do Hamas
27 de maio de 2024O Crescente Vermelho palestiniano escreveu, este domingo (26.05), na rede social X que transportou um "número elevado" de pessoas atingidas pelo ataque de Israel.
O Hamas diz que, pelo menos, trinta pessoas foram mortas e que o ataque teve como alvo um centro de deslocados palestinianos.
O Exército israelita afirmou que está conduzir uma operação precisa em Rafah contra o Hamas, revelando ter atacado um complexo do grupo extremista e admitindo ter ferido civis.
Israel denunciou que o grupo Hamas terá lançado ontem mísseis contra o território israelita: "Os terroristas do Hamas dispararam oito foguetes contra o centro de Israel a partir de Rafah, enviando milhões de israelitas para abrigos antiaéreos", disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.
"O Hamas lançou estes foguetes de perto de duas mesquitas em Rafah", acrescentou.
Apelos para o fim da guerra
Da comunidade internacional continuam a chegar apelos para o fim da guerra na Faixa de Gaza.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que é preciso fazer "tudo ao nosso alcance" para acabar com as hostilidades, "permitir a libertação imediata dos reféns e aliviar a catástrofe humanitária que se está a viver em Gaza".
A Arábia Saudita apelou igualmente a um cessar-fogo em Gaza.
"Estamos a assistir a medidas adicionais tomadas por Israel que afetam não só os civis em Gaza, mas também colocam a população civil da Cisjordânia numa situação muito, muito difícil", advertiu o ministro saudita dos Negócios Estrangeiros, Faisal Bin Abdullah.
"A situação pode piorar"
Depois de ter anunciado que ia reconhecer o Estado palestiniano, a Noruega entregou, neste domingo, documentos diplomáticos ao primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Mustafa, para concluir o processo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Espen Barth Eide, considera que "a situação atual é terrível, mas pode piorar ainda mais".
"Se não avançarmos, afundar-nos-emos ainda mais num abismo de violência que instiga mais violência".
Israel classificou o gesto da Noruega, Espanha e Irlanda de reconhecer o Estado da Palestina como uma recompensa ao terrorismo. Mas o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, refuta essa ideia: "Reforçar a Autoridade Palestiniana não é reforçar o Hamas", frisou.
Borrell defende uma solução de dois Estados. "A posição oficial da União Europeia é apoiar a construção de dois Estados, o de Israel que já está construído e o da Palestina, ainda por construir."
Borrell justifica que essa solução é a única garantia a longo prazo para a segurança e prosperidade de Israel.
Entretanto, Israel garantiu, no sábado, que retomará em breve as negociações de paz com o Hamas, suspensas desde 10 de maio, para tentar chegar a um acordo sobre uma troca de reféns por prisioneiros palestinianos.
O grupo Hamas exige o fim da guerra e a retirada do Exército israelita da Faixa de Gaza. Israel opõe-se firmemente a esta exigência.