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ConflitosMédio Oriente

Israel-Hamas: Combates cercam hospital e se intensificam

DW (Deutsche Welle)
11 de novembro de 2023

Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que ataques "sem precedentes" atingiram cuidados de saúde em Gaza. Primeiro-ministro israelita rejeita apelo do presidente francês a um cessar-fogo.

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Pessoas em frente ao serviço de urgência do hospital Al-Shifa, neste sábado
Pessoas em frente ao serviço de urgência do hospital Al-shifa, neste sábado Foto: Khader Al Zanoun/AFP/Getty Images

Os combates em torno de hospitais na Faixa de Gaza se intensificaram neste sábado (11.11) e o maior hospital do enclave vive uma situação "sem precedentes", disse a Organização Mundial da Saúde (OMS). Tedros Adhanom Ghebreyesus, chefe da organização, disse que o sistema de saúde de Gaza está "de joelhos".

O maior hospital de Gaza, Al-Shifa, ficou sem eletricidade em meio à violência e escassez de vários produtos, tendo os médicos relatado as primeiras mortes, segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo grupo terrorista Hamas. Os bombardeios ao hospital de Al-Shifa se iniciaram ontem, sendo que 20 hospitais em Gaza estão agora totalmente fora de ação.

Nesta imagem, uma vista do exterior do hospital al-shifa, em Gaza
Nesta imagem, uma vista do exterior do hospital al-shifa, em GazaFoto: Doaa Rouqa/REUTERS

"Sem água ou alimentos"

"O Complexo Médico de Al-Shifa, em Gaza, ficou sem água, combustível, alimentos, eletricidade e telecomunicações, com milhares de pessoas no seu interior, incluindo feridos, doentes e pessoas deslocadas", afirmou o ministério.

As operações no hospital terão sido suspensas devido à falta de energia eléctrica e as pessoas que necessitavam de suporte de vida estavam em risco, disse o ministério.

"Como resultado, um recém-nascido morreu dentro da incubadora, onde há 45 bebés", disse um porta-voz do ministério à agência noticiosa Reuters.

O ministério também afirmou que atiradores de elite posicionados em torno do complexo estavam a disparar contra as pessoas que tentavam sair ou deslocar-se entre os edifícios do hospital.

Israel, porém, afirma que está a fazer tudo o que pode para evitar vítimas civis e diz que os militantes do grupo terrorista Hamas têm túneis sob instalações civis. Um porta-voz israelita afirmou anteriormente que o quartel-general do Hamas se encontra sob o hospital Al-Shifa.

O Presidente francês Emmanuel Macron discursa durante uma conferência humanitária internacional para os civis em Gaza
O Presidente francês Emmanuel Macron discursa durante uma conferência humanitária internacional para os civis em GazaFoto: Ludovic Marin/REUTERS

Apelo francês 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou de imediato o apelo do presidente francês, Emmanuel Macron, feito ontem, para que Israel parasse os bombardeamentos na Faixa de Gaza, numa altura em que a morte de civis aumenta.

"Civis estão a ser, hoje, alvo de bombardeamentos", afirmou Macron em declarações à imprensa britânica. "De facto, há bebés, senhoras e idosos a serem bombardeados e mortos. Não há razão para isso e não há legitimidade", disse o líder francês.

Netanyahu respondeu ao presidente francês comparando o grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza, ao "Estado Islâmico" (EI), também conhecida como ISIS.

"A responsabilidade por qualquer dano causado a civis cabe ao Hamas - ISIS e não a Israel", escreveu Netanyahu na plataforma de media social X, anteriormente conhecida como Twitter.

"Enquanto Israel faz tudo o que está ao seu alcance para evitar ferir civis e os exorta a abandonar as áreas de combate, o Hamas - ISIS está a fazer tudo o que pode para os impedir de se deslocarem para áreas seguras e utiliza-os como escudos humanos", continuou Netanyahu.

"Os crimes que estão a ser cometidos hoje pelo Hamas - ISIS em Gaza serão cometidos amanhã em Paris, Nova Iorque e em todo o mundo", disse o líder israelita.

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu em Tel Aviv (foto de arquivo)
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu em Tel Aviv (foto de arquivo)Foto: Abir Sultan via REUTERS

Apesar de as declarações de Netanyahu estabelecerem frequentemente uma ligação entre o Hamas e o EI, os dois grupos não são afiliados e existem importantes divergências políticas e religiosas entre os dois. Ambos estão classificados como grupos terroristas na União Europeia e nos EUA.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam que as suas tropas tomaram o controlo de 11 postos militares na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva terrestre.

Este sábado, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, chegou à Arábia Saudita para uma cimeira conjunta de emergência da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica, onde teceu críticas a Israel e ao Ocidente.

Desde o ataque do seu aliado - o grupo terrorista Hamas - contra Israel, em 7 de outubro, o Irão tem alertado repetidamente para a possibilidade de seus aliados abrirem outras frentes de batalha se não cessarem os bombardeios contra Gaza, onde morreram mais de 10 mil palestinianos. 

Na Europa, a polícia de Londres prepara-se para um fim de semana "tenso", uma vez que são esperadas 100 mil pessoas numa marcha pró-palestiniana.

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