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Jens Stoltenberg: "Todos temos de fazer mais pela Ucrânia"

DW (Deutsche Welle)
19 de outubro de 2022

Em entrevista à DW, o secretário-geral da NATO fala na "mais séria escalada do conflito" desde o início da guerra. Apesar do baixo risco de ataque nuclear, Stoltenberg lembrou que o Ocidente tem de estar preparado.

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NATO Secretary-General Jens Stoltenberg speaks to DW
Foto: DW

A aliança militar da NATO mantém-se firme no seu apoio à Ucrânia e está "preparada para todas as eventualidades", disse o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, em entrevista à DW.

Falando com apresentadora do programa Conflict Zone, Sarah Kelly, a partir do Fórum de Política Externa em Berlim, Stoltenberg disse que os recentes desenvolvimentos - a mobilização parcial das tropas russas, a anexação ilegal de territórios ucranianos no leste e a "perigosa retórica nuclear" do Kremlin - representam a "maior escalada desde a guerra" iniciada em finais de fevereiro.

"Não podemos ser intimidados ou aceitar chantagens da Rússia", disse. "O objetivo desta retórica nuclear e das ameaças que temos visto da Rússia é, evidentemente, coagir-nos, chantagear-nos, para que deixemos de dar apoio à Ucrânia".

Embora Stoltenberg considere que é baixo o risco de ataque nuclear da Rússia, afirmou que o impacto de um ataque significa que o Ocidente tem de estar preparado. "A retórica nuclear vinda do Presidente Putin é perigosa, é imprudente, e por isso temos de levar esta ameaça a sério".

A aliança militar está a preparar-se para todos os cenários num exercício de capacidade de dissuasão nuclear que terá lugar esta semana. A operação de rotina, denominada Steadfast Noon, envolve 60 aviões de 14 dos 30 países membros da NATO.

DW-Interview NATO-Generalsekretär Stoltenberg Conflictzone
Jens Stoltenberg em entrevista à DW, esta terça-feira (18.10)Foto: DW

Ucrânia prepara-se para o Inverno

Com a aproximação dos meses, a Rússia parece estar concentrada em danificar as infraestruturas civis. Na segunda-feira (17.10) tinha conseguido desativar cerca de um terço das centrais eléctricas da Ucrânia.

"Isto demonstra a brutalidade da guerra...e salienta a importância de a NATO e os seus aliados e parceiros continuarem a prestar apoio à Ucrânia", disse Stoltenberg. "Todos nós precisamos de fazer mais agora", acrescentou.

"Uma vez que ainda vemos uma significativa presença russa, temos de nos certificar de que prestamos apoio a longo prazo, tanto quanto for necessário," afirmou Stoltenberg.

Desde o início da guerra em fevereiro, salientou, os aliados da Ucrânia enviaram, na sua maioria, abastecimentos, confiando nas reservas existentes. "A dada altura, não podemos continuar a fazê-lo. Por isso, agora precisamos também de aumentar a produção", disse. Os aliados, acrescentou, estão também a preparar-se para fornecer à Ucrânia equipamento militar e civil de Inverno, como tendas, geradores de energia e vestuário quente.

Despesas da NATO com defesa em alta

De acordo com Stoltenberg, as capacidades de defesa coletiva da NATO estão na sua melhor forma em muito tempo. "O que temos visto desde 2014 é o maior reforço da defesa coletiva da NATO desde o fim da Guerra Fria", disse. "Pela primeira vez na história, temos grupos de combate na parte oriental da aliança e tudo isto foi desencadeado pela anexação russa da Crimeia e pelo controlo sobre o leste de Donbass. Estávamos realmente preparados quando a invasão aconteceu em fevereiro".

No final da entrevista, Stoltenberg lançou um apelo ao Presidente russo Vladimir Putin para pôr fim à guerra: "Foi o Presidente Putin que começou esta guerra, e é o Presidente Putin que poderá pôr fim a esta guerra amanhã, retirando as suas forças. Se o Presidente Putin e a Rússia pararem de lutar, haverá paz".

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