João Lourenço elogia trabalho contra a corrupção
30 de junho de 2020O Presidente angolano e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, criticou esta terça-feira (30.06) o ressurgimento de um "discurso político baseado na mentira, no insulto verbal contra o adversário e contra os titulares das principais instituições do poder do Estado, o que não nos parece se coadunar com a sociedade pacífica que estamos juntos a construir".
João Lourenço falava na abertura da 2.ª reunião ordinária do Bureau Político do partido. O Presidente recordou que o Parlamento é a "arena perfeita" para o diálogo político. E pediu ao partido para não deitar mais "achas na fogueira" com "esta forma de se estar na política", guardando "energias" para travar a propagação da Covid-19 no país.
Até agora, Angola registou quase 300 casos de infeções com o novo coronavírus. João Lourenço diz que a pandemia colocou os países perante dois grandes desafios, o da saúde pública e o da economia. Por isso, prometeu continuar a investir não só em infraestruturas de saúde, como também na criação de um "ambiente mais favorável ao investimento privado".
Combate à corrupção
Uma das formas de atrair mais investidores é prosseguir a luta contra a corrupção, acrescentou João Lourenço. O líder do MPLA disse que esta é uma luta "dos angolanos e da sociedade no seu todo". E frisou que o partido no poder "está proibido de passar mensagens erradas e desencorajadoras à sociedade, aos tribunais, aos investidores e à comunidade internacional".
Lourenço deixou ainda recados: "Alguns consideram apenas bons resultados o maior ou menor número de pessoas arroladas, detidas ou condenadas ou que o Estado já devia ter recuperado todos os ativos, o que a todos os títulos não é realista, uma vez que o dinheiro criou em alguns a ilusão e falsa sensação de impunidade, não fazendo voluntariamente a devolução dos ativos que ao povo angolano pertencem", criticou o líder do MPLA.
O Governo angolano tem sido acusado de fazer uma luta seletiva contra a corrupção, focando a família do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos e em particular a sua filha mais velha, Isabel dos Santos. A empresária diz que está a ser vítima de perseguição.
Mas João Lourenço sacode as críticas e sublinha que, em dois anos de mandato, fez mais contra a corrupção do que os seus antecessores em quatro décadas. "Mesmo assim, com todo o árduo trabalho realizado, há quem por ingenuidade ou má-fé considere que um fenómeno enraizado ao longo dos anos na nossa sociedade em dois anos já devia estar definitivamente sanado e com resultados mais visíveis", afirmou.