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João Lourenço inicia visita oficial de três dias à China

DW (Deutsche Welle) | Lusa
15 de março de 2024

O Presidente de Angola, João Lourenço, inicia hoje uma visita oficial de três dias à China, o seu maior credor, para abordar a estratégia futura das relações bilaterais. A dívida externa deverá ser um tema incontornável.

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O Presidente chinês, Xi Jinping (à direita), recebeu o seu homólogo angolano, João Lourenço, em Pequim, em setembro de 2018, durante a cimeira China-África
O Presidente chinês, Xi Jinping (à direita), recebeu o seu homólogo angolano, João Lourenço, em Pequim, em setembro de 2018, durante a cimeira China-ÁfricaFoto: Yan Yan/Photoshot picture alliance

De acordo com a agência de notícias Angop, o chefe de Estado angolano chegou à capital chinesa na quinta-feira (14.03), à frente de uma delegação ministerial que vai discutir com Pequim "os novos termos da cooperação bilateral".

Um dos objetivos é "identificar novas áreas para a parceria estratégica fora do domínio do petróleo, a maior moeda de troca de Angola", refere ainda a agência .

Em comunicado de imprensa, a Presidência angolana destaca que, neste primeiro dia da visita, João Lourenço e o seu anfitrião, Xi Jinping, manterão um encontro.

Haverá ainda outras reuniões de trabalho, com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e com o Presidente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento), Zhao Leji.

O programa inclui ainda a participação num fórum de negócios, com o tema investimento em Angola no centro dos debates, e encontros de trabalho com empresários chineses.

Dívida pública externa

Angola continua a destinar grande parte do serviço da dívida pública externa para pagar à China, o maior credor do país. A dívida resulta do processo de reabilitação de Angola após o conflito armado terminado em 2002 e é garantida pela exportação do petróleo.

"A dívida representa um peso muito grande no nosso Produto Interno Bruto", disse à Lusa o presidente da Câmara de Comércio Angola-China, Luís Cupenala, que considera prioritária nesta deslocação a revitalização das relações político-diplomáticas e a mobilização de investimento privado.  

Em 2022, o volume de trocas comerciais atingiu 27,8 mil milhões de dólares (25,4 mil milhões de euros), dos quais pouco mais de 23 mil milhões de dólares (21 mil milhões) representaram as exportações de Angola para a China, essencialmente petróleo, e apenas quatro mil milhões (3,6 mil milhões de euros) foram importações dos bens acabados da China para Angola.

No último dia da visita, João Lourenço desloca-se à província de Xandong, para contactos com setores produtivos nos domínios da indústria têxtil, farmacêutica e atividade agrícola.

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