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JLo pede relações cordiais entre manifestantes e polícia

Lusa | ad
17 de dezembro de 2020

O Presidente angolano, João Lourenço, apelou ao bom senso das autoridades e dos cidadãos durante as manifestações, desafiando o país a mostrar que "é possível realizar manifestações ordeiras".

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João Lourenço, Angola Präsident
João Lourenço, Presidente de AngolaFoto: Getty Images/M. Spatari

"É possível realizar manifestações ordeiras e que atingem na mesma o seu objetivo, o de levar a mensagem que se pretende às autoridades e à sociedade". Este foi o desafio lançado por João Lourenço, Presidente de Angola, para que manifestantes e as forças da ordem mostrem que no país é possível haver coabitação entre ambos durante as manifestações.

No âmbito da abertura de uma reunião com as chefias militares do país, no quartel general do exército angolano, que hoje (17.12) celebra 29 anos de existência, João Lourenço discursou num tom de apelo a todos os angolanos para usufruírem dos direitos e liberdades a que têm direito, com responsabilidade e civismo.

"Convido todos a aceitarem o desafio de mostrarmos que é possível, em Angola, haver uma coabitação entre as forças da ordem e os manifestantes, fazendo com que durante a manifestação cada um cumpra com o seu papel sem molestar os outros", frisou.

"Destruir não é manifestar"

Por outro lado, o Presidente angolano condenou alguns jovens que na passada manifestação realizada no dia 10 deste mês protagonizaram "o ultraje e profanação da figura de António Agostinho Neto, pai da nação".

Angola Luanda Spezialeinheit der Polizei
Polícia em LuandaFoto: Borralho Ndomba/DW

Segundo João Lourenço, esta atitude em nada dignifica a juventude angolana, que ao longo da história do país "deu provas de boa educação, de respeito pelos símbolos nacionais e figuras históricas, e de provas de patriotismo".

"Destruir bens públicos ou privados, ultrajar, ofender ou ameaçar de morte, não importa quem, não é manifestar, são atos condenáveis", afirmou o chefe de Estado angolano, realçando que "não há a necessidade de agressão física ou verbal contra as autoridades, contra cidadãos ou contra jornalistas de órgãos que, aparentemente, não apoiem a realização das manifestações".

"Não aceitamos excessos das autoridades nem dos manifestantes"

João Lourenço reforçou o papel das forças, aurtorizando o exercer da autoridade do Estado com firmeza, sempre que a situação aconselhar, mas sempre com contenção, procurando encontrar pontos de equilíbrio entre a necessidade de estabelecer a ordem e o direito de manifestação dos cidadãos.

"Não são de aceitar excessos gratuitos das forças da ordem, assim como também não são de aceitar excessos gratuitos da parte dos manifestantes", referiu.

De acordo com o Presidente angolano, o fim último das manifestações é o de se chamar a atenção das autoridades para situações que os cidadãos considerem que podem ser melhoradas, corrigidas, em benefício das comunidades, "não há a necessidade da vandalização de bens públicos ou privados:".

Para o próximo sábado (19.12), estão programadas duas manifestações. Uma organizada pelo Sindicato Nacional dos Médicos de Angola e a segunda pelo político angolano, Abel Chivukuvuku, que viu chumbada a legalização do seu projeto político, denominado PRA-JA Servir Angola, pelo Tribunal Constitucional.

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