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João Lourenço: "Rússia deve pôr fim ao conflito na Ucrânia"

Lusa
15 de setembro de 2022

Angola foi um dos países que não condenou a invasão russa da Ucrânia na Assembleia Geral da ONU, em março. Mas hoje o Presidente angolano defendeu que Moscovo deve tomar a iniciativa para evitar o escalar do conflito.

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Angola | russischer Außenminister Lawrow mit Angolas Präsident Joao Lourenco
Ministro russo dos Negócios Estrangeiros visitou Angola em março de 2018Foto: imago/ITAR-TASS/A. Shcherbak

O Presidente de Angola defendeu, esta quinta-feira (15.09), que a Rússia deve tomar a iniciativa de pôr fim ao conflito com a Ucrânia.

"Tendo em conta a necessidade de se evitar o escalar do conflito, consideramos importante que as autoridades russas tomem a iniciativa de pôr fim ao conflito [na Ucrânia], criando assim um melhor ambiente para se negociar uma nova arquitetura de paz para a Europa e abrir caminho à tão almejada e necessária reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse João Lourenço no seu discurso de tomada de posse, em Luanda.

Angola foi um dos 35 países que não condenaram a invasão russa da Ucrânia, numa votação na Assembleia Geral das Nações Unidas, em março.

Hoje, o chefe de Estado disse que "a República de Angola tem sempre defendido a importância do recurso ao diálogo e a resolução pacífica dos conflitos, primando pelo respeito inequívoco do direito internacional".

"Soluções dependem da vontade política"

No final de um longo discurso perante uma multidão em Luanda, em que apresentou as prioridades do novo Governo para o país, João Lourenço focou-se na diplomacia angolana, lembrando que Angola tem desempenhado, "com algum sucesso", um papel na resolução de conflitos nas regiões da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos.

Crise humanitária intensifica-se no norte da Etiópia

Exemplificou com o caso da República Centro-Africana, o conflito fronteiriço entre o Ruanda e a República Democrática do Congo ou ainda entre o Uganda e o Ruanda.

"Temos procurado fazer modestamente o nosso melhor, uma vez que a solução depende sempre da vontade política" das partes envolvidas, lembrou João Lourenço.

Manifestou ainda preocupação com o conflito no Tigray, no norte da Etiópia, onde a situação humanitária "se agrava" porque "foi simplesmente esquecida com o eclodir de um novo conflito na Europa".

"É hora de o mundo começar a encarar a necessidade de salvar e proteger vida humana por igual, sem preconceitos de ordem racial, religiosa ou de qualquer outro tipo. Todas as vítimas das guerras, dos conflitos armados, das calamidades, devem merecer o nosso carinho, atenção e solidariedade", alertou o Presidente de Angola.

Na mesma ocasião, João Lourenço defendeu ainda que as Nações Unidas "devem ser o guia regulador do equilíbrio na ação das organizações humanitárias internacionais" para que estas não concentrem todas as atenções em "apenas um tipo de necessitados".

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