Kiev acorda com Moscovo corredor humanitário em Mariupol
20 de abril de 2022"Dada a situação humanitária catastrófica, vamos concentrar os nossos esforços na retirada das pessoas", escreveu hoje a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk, na plataforma de mensagens Telegram. "Conseguimos chegar a um acordo preliminar sobre um corredor humanitário para mulheres, crianças e idosos", acrescentou.
Nos últimos três dias, nenhum corredor humanitário foi aberto, nem na cidade de Mariupol nem em outras partes do leste do país, por falta de garantias de segurança, segundo Vereshchuk.
De acordo com fontes locais, está previsto o transporte de cerca de 6.000 pessoas, esperando-se a chegada de 90 autocarros ao longo do dia..
O autarca de Mariupol, Vadym Boishenko, que já está fora da cidade, estima que cerca de 100 mil civis permaneçam na cidade portuária sitiada, que antes do início da invasão tinha meio milhão de habitantes.
Novo ultimato russo
Esta quarta-feira, a Rússia fez um novo ultimato às forças ucranianas estacionadas na fábrica Azovstal, em Mariupol, para deporem as armas, depois de nenhum dos elementos se ter rendido nas duas horas estabelecidas ontem por Moscovo.
"Apesar da total irresponsabilidade dos oficiais do regime de Kiev, para salvar os seus militares, as Forças Armadas russas, guiadas por princípios puramente humanos, voltam a pedir aos militantes dos batalhões nacionalistas e mercenários para pararem os combates e deporem as suas armas", disse o chefe do Centro Nacional de Controlo da Defesa russo, coronel-general Mikhail Mizintsev.
A Rússia atribuiu o fracasso do mais recente ultimato ao facto de "as autoridades de Kiev continuarem a enganar o seu próprio povo, convencendo-o da alegada ausência de capacidades de evacuação".
A última resistência
Na fábrica Azovstal está a última resistência das tropas ucranianas, em número indeterminado, mas estimado entre 2.000 e 2.500. Segundo fontes ucranianas, milhares de civis estão também refugiados na fábrica.
A Rússia atribuiu o fracasso do seu enésimo ultimato dado à última resistência ucraniana na enorme siderurgia, rodeada por tropas russas, ao facto de "as autoridades de Kiev continuarem a enganar o seu próprio povo, convencendo-o da alegada ausência de capacidades de evacuação".
A guerra na Ucrânia já causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.