Kiev recusa corredores para a Rússia e Bielorrússia
7 de março de 2022A Ucrânia recusou esta segunda-feira (07.03) corredores humanitários para retirada de civis das cidades bombardeadas que tenham como destino a Rússia ou a Bielorrússia, como ofereceu Moscovo, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, considerando a opção "inaceitável".
Segundo Iryna Vereshchuk, os civis que os russos disseram que podiam sair das cidades de Kharkiv, Kiev, Mariupol e Sumi "não irão para a Bielorrússia para depois apanhar um avião e irem para a Rússia".
Horas antes, Moscovo tinha informado a Cruz Vermelha, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e a ONU de que ia permitir a abertura de corredores humanitários naquelas cidades, a partir das 10h00, segundo agências de notícias russas. A decisão foi tomada "perante a situação humanitária catastrófica e o seu forte agravamento nas cidades de Kiev, Kharkiv, Sumi e Mariupol", justificaram as forças armadas russas.
Ucrânia pede fim da "manipulação" russa
Segundo a proposta russa, as únicas opções para os civis em fuga de Kiev e arredores seriam ir para Gomel, na vizinha Bielorrússia. Já os civis em Kharkiv e Sumi, no leste da Ucrânia, teriam de deslocar-se para a cidade russa de Belgorod. A Bielorrússia é um aliado-chave do Presidente Vladimir Putin e serviu de ponto de partida para a invasão da Ucrânia.
A vice-primeira-ministra ucraniana considera que a proposta não é aceitável, uma vez que a maioria dos corredores humanitários têm como destino cidades russas. Vereschuk lançou o apelo à Rússia para que aceite um acordo de cessar-fogo a partir desta segunda-feira para permitir aos ucranianos partir para a cidade de Lviv e outras cidades na parte ocidental da Ucrânia.
O Governo ucraniano propõe oito corredores humanitários, incluindo a partir do porto de Mariupol, que permitiriam aos civis viajarem para estes locais.
A Ucrânia recebeu a proposta russa após conversações entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e Vladimir Putin. "Espero que o Presidente Emmanuel Macron compreenda que o seu nome e a sua sincera intenção de ajudar, na realidade, estão a ser usados e manipulados pela Federação russa", disse a dirigente ucraniana.
"Exigimos à Federação russa que pare de manipular e abusar da confiança dos líderes da França, China, Turquia e Índia".