Líderes africanos iniciam missão de paz em Kiev
16 de junho de 2023"O Presidente Cyril Ramaphosa chegou à estação de caminho de ferro de Nemishaeve, na Ucrânia, e foi recebido pelo representante especial da Ucrânia para África e Médio Oriente, o embaixador Maskim Subj, e pelo embaixador da África do Sul na Ucrânia, Andre Groenwald", anunciou a presidência sul-africana.
O gabinete do Presidente divulgou imagens de Ramaphosa à chegada à estação de comboios da localidade ucraniana de Nemishaeve, situada perto de Butcha, nos arredores de Kiev, onde as forças russas cometeram crimes de guerra nos primeiros meses da invasão iniciada em fevereiro de 2022.
O chefe de Estado é acompanhado pelos líderes da Zâmbia, Comores, Congo, Egito, Senegal e Uganda.
Antes de chegar à Ucrânia, Ramaphosa disse que a "Missão de Paz oferece uma perspetiva africana e pede um processo de paz que ponha fim às hostilidades".
E mostrou satisfação pela "disponibilidade" demonstrada pelos chefes de Estado da Ucrânia e da Rússia para receber os líderes africanos.
Encontro com Putin no sábado
No sábado (17.06), Cyril Ramaphosa deverá encontrar-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo.
Putin disse no início desta semana que consultaria os líderes africanos sobre o abandono do acordo de cereais do Mar Negro negociado pela Turquia e pela ONU, que expira em meados de julho.
Segundo a agência Reuters, os líderes poderão propor uma série de "medidas de confiança" para alcançar a paz entre as duas partes, de acordo com um projeto de documento de enquadramento confidencial visto pela agência noticiosa.
A lista de possíveis medidas inclui o recuo das tropas russas, a remoção de armas nucleares tácticas da Bielorrússia, a suspensão de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Putin e o alívio das sanções.
O documento inclui também um "acordo incondicional sobre cereais e fertilizantes". Os países africanos foram duramente afectados pela interrupção das exportações de ambos os produtos da região.
Apesar de ter realizado em fevereiro manobras navais conjuntas com Rússia e China, a África do Sul assegurou desde o início da guerra que é neutra neste conflito.