LAM: Renovação de contrato depende de "detalhes críticos"
23 de fevereiro de 2024A firma sul-africana Fly Modern Ark (FMA) foi contratada em abril para se concretizar um plano de restruturação e recuperação da LAM. A missão na transportadora termina em abril, não se sabendo se o acordo será ou não renovado.
“Relativamente à celebração ou renovação do contrato” está dependente da clarificação de “detalhes muitos críticos”, disse o vice-ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Amilton Alissone, em declarações aos jornalistas.
Alissone avançou que os aspetos que devem ser ultrapassados estão em discussão com a FMA.
“É preciso que estejam todos [os aspetos] devidamente aperfeiçoados, antes de dar qualquer que seja o passo”, avançou.
O vice-ministro dos Transportes e Comunicações adiantou que o Governo ainda não avaliou os “indicadores de desempenho” que estão no acordo com a FMA.
"Temos que avaliar os indicadores de desempenho"
“Temos que avaliar os indicadores de desempenho, que ainda não chegaram à mesa, assim que chegarem à mesma, nós vamos avaliar e tomar uma posição mais firme”, declarou Amiton Alissone.
Em 12 de fevereiro, o diretor de restruturação das LAM denunciou um esquema de desvio de dinheiro, com prejuízos de pelo menos quase três milhões de euros, em lojas de venda de bilhetes, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não são da companhia.
“Fizemos um trabalho relâmpago com a segurança interna da LAM de recolher todos os POS e, dos 20 pontos de venda de bilhetes da LAM, recolhemos, até domingo, 81 POS. Há algumas lojas onde os próprios chefes dos estabelecimentos não reconhecem as máquinas e dizem não saber sequer a quem pertencem”, declarou Sérgio Matos, numa conferência de imprensa em Maputo.
Em reação a essas denúncias, o Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), entidade que gere o setor empresarial do Estado em Moçambique, anunciou esta semana que quer ver os alegados desvios e atos de sabotagem interna na transportadora aérea estatal LAM apurados e pediu a investigação do Ministério Público.
“O IGEPE reitera o seu compromisso com a lisura, transparência e legalidade na gestão de capitais públicos e manifesta a sua disponibilidade em colaborar com as investigações com vista ao apuramento da verdade”, lê-se num comunicado.
Tendo em conta a gravidade das informações vindas a público, o IGEPE instruiu a FMA e a LAM a apurarem os factos e canalizarem imediatamente as suspeitas às autoridades competentes, tendo sido apresentada uma solicitação de investigação na Procuradoria da República da cidade de Maputo, acrescentou o instituto.