Lançado o primeiro guia turístico em Português sobre Angola
11 de dezembro de 2012A ideia do lançamento do livro surgiu em 2007 quando o Joost De Raeymacher visitou o país pela primeira vez.
Angola tem um vasto potencial turístico que em parte começa a ser conhecido, para lá dos circuitos promovidos pelas poucas unidades hoteleiras existentes nas capitais das províncias.
E "À descoberta de Angola" pretende levar ao mundo esse potencial.
Joost De Raeymaeker conta que nas capitais provínciais há hotéis, alguns caros e outros baratos. Há hospedagens com ou sem condições e há voos para todos as capitais de províncias.
Mas o fotógrafo belga lembra, entretanto, que "por vezes não são muito aliciantes. Os hotéis têm às vezes a tendência de serem caros... caros."
E quem viajar para o interior do país acaba por mergulhar numa Angola profunda, disse à DW África Joost De Raeymaeker, que trilhou os caminhos deste país de gente que considera amigável e de grandes horizontes.
Uma constatação feliz
Para além do potêncial natural o fotógrafo constatou outras coisas, como por exemplo o social: "há cada vez mais jovens angolanos e imigrantes em Angola que aproveitam os fins de semana prolongados ou as férias para descobrirem o próprio país.
Joost De Raeymaeker considera o comportamento uma evolução muito positiva, e conclui: "Portanto, começa a haver bastante turismo dentro do próprio país, o que é muito interessante."
É este potencial que o repórter de viagens coloca no primeiro guia turístico em Português sobre aquele que diz ser o país mais fascinante de África.
A falta de informação sobre o interior do país motivou este livro acarinhado pelas editoras Oficina do Livro e Leya, cujo lançamento ocorreu esta segunda-feira (10.12.) na Livraria Buchholz, em Lisboa.
Em Angola como um peixe dentro da água
A partir de Luanda, capital angolana, viajou de autocarro, em caixas de carga de carrinhas e camiões ou como pendura de motos, à descoberta das províncias angolanas.
Uma viagem para recolha de informação que durou entre 2007 e final de 2011, sem registo de qualquer problema de (in)segurança.
Segundo o fotógrafo belga, "Normalmente uma pessoa quando chega a Angola a primeira coisa que dizem é para ter cuidado, vai ser assaltado, isto é perigoso e tal, mas pessoalmente nunca tive problema."
Mas, Joost De Raeymaeker reconhece que ainda faltam condições para fazer desenvolver este setor, igualmente importante para a economia angolana: "Acho que primeiro que tudo algumas infraestruturas, algumas estradas onde falta aquele pedacinho que não está pronto."
O sonho de voltar a Angola
O homem da objetiva fala ainda sobre os parques naturais do país: "Por exemplo, no Kuando Kubango não há grandes infraestruturas. Aí nesse sentido falta algum trabalho. Não sei se é exatamente esse género de turismo que se quer fomentar em Angola mas acho que é mais interessante mostrar a real beleza do país e do povo também."
Para além dos angolanos, o guia também pode ser útil a turistas de outras origens, mas o seu autor tem as suas expetativas: "Para já espero que sejam os próprios angolanos a usarem, os imigrantes que lá estão a trabalhar, mas também turistas que vão daqui com o intuito de descobrir Angola.
Nesta perspetiva, o autor pensa um dia produzir outro guia, porque o território ainda tem muito para dar a conhecer. É que, sublinha, "não é possível em apenas 320 páginas descrever o potencial de um país tão vasto como Angola."
O fotógrafo belga Joost De Raeymaeker garante que em Angola "Há ainda muita coisa por descobrir."
Autor: João Carlos (Lisboa)
Edição: Nádia Issufo/António Rocha