1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Lichinga e Cuamba ligados novamente pela linha férrea

Manuel David (Lichinga)1 de setembro de 2016

Os comboios voltaram a circular entre Lichinga e Cuamba, depois de oito anos de paralisação completa. Os habitantes da província nortenha do Niassa já perspetivam um futuro melhor com a reabertura da linha férrea.

https://p.dw.com/p/1JuGH
Foto: DW/M. David

Durante oito anos, não circularam comboios entre Lichinga e Cuamba, no norte de Moçambique. Agora em Lichinga, o comboio voltou a apitar. E o som está a encher os habitantes de esperança. Para os residentes da província do Niassa, a entrada em circulação dos comboios pode significar melhores dias.

As obras de reconstrução da linha férrea entre Lichinga e Cuamba foram concluídas. O Estado moçambicano e os seus parceiros investiram cerca de 100 milhões de euros para a operacionalização da linha, que tem mais de 240 quilómetros de extensão.

Com a reabilitação da linha, os residentes esperam que haja melhorias nas trocas comerciais com outros pontos de África, assegura o cidadão Cárimo Ramadane Cárimo.“Contribui positivamente para o desenvolvimento comunitário e provincial, transporte e material de construção baratos para além de contribuir na baixa dos preço de produtos alimentares”.

Mosambik Wiederaufbau der Bahnverbindung zwischen Lichinga und Cuamba
Reconstrução da linha férrea entre Lichinga e CuambaFoto: DW/M. David

Maria Orlando, uma outra residente na cidade de Lichinga, está expetante quanto ao regresso da locomotiva à capital provincial.

Segundo ela, a iniciativa “vai melhorar muito a vida dos munícipes e concorrer para a entrada de muita mercadoria porque a partir de agora a população vai poder deslocar-se com mais frequência a Nampula e outra regiões”.

Desenvolvimento da província esteve condicionada

A linha férrea recém reativada é tida como uma das espinhas-dorsais do Niassa, ligando Lichinga ao Corredor do Norte. Por mais de oito anos, as locomotivas não circularam entre Lichinga e Cuamba, facto que condicionou o desenvolvimento da província.

De visita à província, o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, realçou a importância da linha férrea, tendo afirmado que “ficamos satisfeitos em constatar que nos próximos dias, semanas e no máximo um mês e meio a ligação ferroviária Cuamba e Lichinga será uma realidade muito concreta. Considero a reativação desta linha como um grande passo para movimentação de pessoas e mercadorias a custos mais acessíveis”.Por seu turno, Manuel Caísse, presidente do conselho empresarial do Niassa, destacou que a reabilitação desta linha férrea vai em particular estimular a economia, tanto a nível provincial como nacional.

Mosambik Maputo Premierminister Carlos Agostinho do Rosário
Carlos Agostinho do Rosário, primeiro-ministro de MoçambiqueFoto: picture-alliance/dpa/A. Silva

“Vai permitir também o escoamento de produtos, porque o Niassa é uma Província basicamente agrícola, onde as pessoas não produziam tanto porque também existia o problema de como transportar os produtos das grandes empresas. Agora estamos a ver também as empresas florestais a produzir mais precisamente porque o problema de transportes está em parte solucionado. Isso será uma mais valia”.

[No title]