Lichinga e Cuamba ligados novamente pela linha férrea
1 de setembro de 2016Durante oito anos, não circularam comboios entre Lichinga e Cuamba, no norte de Moçambique. Agora em Lichinga, o comboio voltou a apitar. E o som está a encher os habitantes de esperança. Para os residentes da província do Niassa, a entrada em circulação dos comboios pode significar melhores dias.
As obras de reconstrução da linha férrea entre Lichinga e Cuamba foram concluídas. O Estado moçambicano e os seus parceiros investiram cerca de 100 milhões de euros para a operacionalização da linha, que tem mais de 240 quilómetros de extensão.
Com a reabilitação da linha, os residentes esperam que haja melhorias nas trocas comerciais com outros pontos de África, assegura o cidadão Cárimo Ramadane Cárimo.“Contribui positivamente para o desenvolvimento comunitário e provincial, transporte e material de construção baratos para além de contribuir na baixa dos preço de produtos alimentares”.
Maria Orlando, uma outra residente na cidade de Lichinga, está expetante quanto ao regresso da locomotiva à capital provincial.
Segundo ela, a iniciativa “vai melhorar muito a vida dos munícipes e concorrer para a entrada de muita mercadoria porque a partir de agora a população vai poder deslocar-se com mais frequência a Nampula e outra regiões”.
Desenvolvimento da província esteve condicionada
A linha férrea recém reativada é tida como uma das espinhas-dorsais do Niassa, ligando Lichinga ao Corredor do Norte. Por mais de oito anos, as locomotivas não circularam entre Lichinga e Cuamba, facto que condicionou o desenvolvimento da província.
De visita à província, o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, realçou a importância da linha férrea, tendo afirmado que “ficamos satisfeitos em constatar que nos próximos dias, semanas e no máximo um mês e meio a ligação ferroviária Cuamba e Lichinga será uma realidade muito concreta. Considero a reativação desta linha como um grande passo para movimentação de pessoas e mercadorias a custos mais acessíveis”.Por seu turno, Manuel Caísse, presidente do conselho empresarial do Niassa, destacou que a reabilitação desta linha férrea vai em particular estimular a economia, tanto a nível provincial como nacional.
“Vai permitir também o escoamento de produtos, porque o Niassa é uma Província basicamente agrícola, onde as pessoas não produziam tanto porque também existia o problema de como transportar os produtos das grandes empresas. Agora estamos a ver também as empresas florestais a produzir mais precisamente porque o problema de transportes está em parte solucionado. Isso será uma mais valia”.