Lixo em Maputo é culpa de todos, diz município
30 de janeiro de 2015
O Conselho Municipal de Maputo deixa de contar com o apoio financeiro do Banco Mundial para a gestão de resíduos sólidos na capital moçambicana, a partir deste ano. A situação pode baixar a capacidade de recolha e tratamento do lixo por parte da edilidade, atualmente na ordem dos 58 por cento.
Preocupadas, as autoridades estão a adotar medidas para garantir o auto-financiamento das ações de recolha e tratamento do lixo, especialmente nas áreas sub-urbanas, onde o problema é ainda mais grave.
Queixas sobre serviço do município
A título de exemplo, a taxa de lixo sofreu um agravamento que vai até aos 72 por cento. Trata-se de uma medida necessária mas insuficiente para a dimensão do problema, diz Yolanda Mário, jovem residente em Maputo.
"Há muito lixo nas estradas, os contentores andam muito cheios, demoram a fazer a recolha do próprio lixo e colocam contentores sem boa capacidade de o aguentar", conta. "Assim, o lixo fica por ali muito tempo."
Cecília Tomás, outra jovem da capital do país, aponta alguns avanços na gestão de resíduos sólidos na urbe. Ainda assim, sugere um esforço redobrado de quem de direito para que a chamada "cidade das acácias" seja, de facto, mais limpa.
Em Maputo faltam, por exemplo, contentores para colocar o lixo, segundo Cecília Tomás: "Está sempre tudo sujo."
Citadinos chamados a contribuir para limpeza da cidade
O diretor municipal de gestão de resíduos sólidos urbanos e salubridade em Maputo, Agostinho Mucavele, reconhece o problema e chama a responsabilidade de todos para a sua solução e diz que "o município não pode limpar sozinho um lixo que é produzido por milhões de pessoas, se essas pessoas não participam."
O comportamento dos munícipes é uma dor de cabeça para a edilidade. "Continua a preocupar-nos a colocação do lixo fora do contentor ou de materiais que não devem ser lá colocados, por exemplo, entulhos, relva, troncos, pias ou colchões", diz Mucavele
Apesar de tudo, o responsável considera haver avanços na gestão do lixo em Maputo. "No passado, tivemos graves probelmas de remoção de resíduos, já não se pode dizer a mesma coisa agora. É verdade que não está 100 por cento bom, mas está muito melhor do que estava e vai estar ainda melhor".
Outro desafio do Conselho Municipal prende-se com a necessidade de garantir o uso correcto de balneários públicos pelos cidadãos.