Luísa Damião eleita vice-presidente do MPLA
9 de setembro de 2018Luísa Pedro Damião, deputada do partido pelo círculo eleitoral nacional desde 2012, substitui no cargo João Lourenço, eleito novo presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Damião foi a mais votada na corrida com Carolina Cerqueira.
A nova vice-presidente do MPLA preside atualmente ao Grupo de Mulheres Parlamentares angolano.
Luísa Pedro Francisco Damião já foi secretária nacional para a Informação e Novas Tecnologias da Organização das Mulheres Angolanas (OMA), e é mestre em Ciências da Comunicação, tendo já trabalhado como jornalista, psicopedagoga e comunicóloga.
De 2002 a 2007, foi conselheira de imprensa da Embaixada de Angola em Cuba e, entre 2007 e 2009, foi diretora de informação da Agência Angola Press (ANGOP), tendo, posteriormente, sido administradora para a área da Informação.
Já Álvaro de Boavida Neto, primeiro secretário e governador da província angolana do Bié, que concorreu com Ernesto Muangala, primeiro secretário do partido na província da Lunda Norte, substituiu no cargo António Paulo Kassoma.
Boavida Neto, natural de Huambo já desempenhou as funções de governador da província do Namibe.
A primeira reunião do Bureau Político está agendada para segunda-feira (10.09), para a eleição do novo secretariado de um dos principais órgãos da direção do partido.
O novo líder do MPLA, que substituiu no cargo José Eduardo dos Santos, após 38 anos à frente da liderança do partido, defendeu que as mulheres e jovens "estejam melhor representados [no partido] para contribuírem para o diagnóstico e para a resolução dos assuntos que mais afetam estas duas importantes franjas da sociedade angolana".
Nova equipa
Numa intervenção na reunião do Comité Central, João Lourenço felicitou os novos vice-presidente e secretário-geral do partido, pela eleição, bem como os membros eleitos para o Bureau Político e a Comissão de Disciplina e Auditoria.
Segundo João Lourenço, a nova lista do Bureau Político não foi ainda divulgada, por apresentar algumas imprecisões nos nomes, além da necessidade de se dar uma outra ordem à lista, em que a vice-presidente do partido e o secretário-geral devem ocupar a segunda e terceira posições.
João Lourenço frisou que é com esta equipa que pretende "jogar daqui para a frente".
"Acredito que vou encontrar a correspondência que espero, sobretudo trabalho e dedicação. Este é o critério principal que conta para mim. Mãos à obra. Temos muito trabalho pela frente", concluiu.
UNITA espera práticas concretas
O vice-presidente da UNITA, Raul Danda, considerou que o discurso de encerramento do novo líder do MPLA no VI Congresso Extraordinário foi "bastante arrojado e corajoso", mas salientou que falta ver como tudo se passará na prática.
Em declarações à agência Lusa, Raul Danda, presente como convidado na sessão de encerramento do conclave do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), salientou que a intervenção de João Lourenço foi "positiva", sobretudo por abrir as portas ao diálogo entre as forças políticas e a sociedade.
"Vimos o Presidente João Lourenço bastante arrojado, corajoso naquilo que são as suas ideias, e vamos esperar que as coisas se traduzam na prática. Uma coisa é ler uma folha de papel em que se lê um discurso, e outra coisa é a prática, e só os próximos tempos vão poder demonstrar que temos uma liderança que faz diferente do que vinha sendo feito até agora", sublinhou à Lusa o vice-presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição.
Na intervenção que encerrou o congresso, o novo líder do MPLA, João Lourenço, também Presidente da República, reiterou o combate à corrupção, nepotismo e bajulação em Angola, que declarou como "inimigos públicos número um", elogiando o líder cessante, José Eduardo dos Santos.