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Mais 19 trabalhadores despedidos da Rádio Ecclesia em Angola

Manuel Luamba (Luanda)15 de abril de 2016

A direção da Rádio Ecclesia despediu esta sexta-feira (15.04), mais 19 trabalhadores da estação emissora, entre jornalistas e administrativos. O Sindicato acusa a CEAST de falta de solidariedade com os funcionários.

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Estúdio da Rádio Ecclesia, em LuandaFoto: DW / Johannes Beck

A estação emissora Ecclesia, parceira da DW África, aponta a crise financeira, resultante da baixa do preço do petróleo no mercado internacional, como a causa de despedimento dos profissionais.

A política de redimensionamento da Emissora Católica de Angola começou em 2012 por recomendação da CEAST – Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé.

No entanto, esta sexta-feira (15.02), 19 trabalhadores entre jornalistas e pessoal administrativo terminaram as suas atividades laborais esperando apenas as negociações que decorrem entre advogados da Associação Cívica “Mãos Livres” e a direção da 97.5 FM.

Enquanto isto, os trabalhadores que constam na lista de despedimento, entre eles José de Belem, o editor mais antigo, e o repórter Silvano da Silva, vão continuar a frequentar as instalações da estação emissora até a conlusão do processo.

Falta de solidariedade da CEAST

Radio Ecclesia - Antenne Bild 50
Antena da Rádio EcclesiaFoto: DW / Johannes Beck

Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, lamenta o sucedido e acusa a CEAST de não se solidarizar com os profissionais: “O Sindicato lamenta, de certo modo, a falta de solidiriedade que está ser manifestada pela Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé em relação ao despedimento dos jornalistas e trabalhadores da Rádio Eclesia”.

A DW Africa tentou também ouvir a Conferência Episcopal e a direção da Rádio Eclesia, mas sem sucesso.

No princípio deste ano, o movimento sindical manteve encontros com o Presidente da CEAST e o diretor geral da emissora para se encontrar um meio termo da segunda fase do despedimento anunciado em janeiro segundo Cândido.

“Primeiro houve uma reunião com o diretor para conhecer o quadro da Rádio Ecclesia, de seguida houve reunião no dia 19 de janeiro de 2016 com o Presidente da Conferência Episcola de Angola e S. Tomé, Dom Filomeno, a quem o sindicato apresentou um conjunto de propostas, entre os quais, a possibilidade de acautelar o emprego destes profissionais, uma vez que economicamente o país não está a atravessar um bom momento”, explicou o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.

Direção da Rádio Ecclesia está a violar a Lei Geral do Trabalho

Teixeira Cândido acusa ainda a direção da Rádio da Igreja Catolica em Angola de estar a violar a Lei Geral do Trabalho.

“A Rádio Ecclesia está a violar acordos com muitos trabalhadores com as quais a Ecclesia entende que eles eram prestadores de serviço quando na realidade a Lei Geral de Trabalho que foi revogada dizia que para contratos precários era necessário que estes fossem por escrito. Ora, um funcionário que tem dez anos de casa não poder ser um simples trabalhador de prestação de serviço”, garante o sindicalista.

Rádio Ecclesia - Studio Bild 35
Estúdio da Rádio EcclesiaFoto: DW / Johannes Beck

A imprensa angolana tem registado nos últimos tempos o encerramento de jornais tradicionais como o semanário Angolense e A Capital, colocando no desemprego dezenas de profissionais.

O Sindicato dos Jornalistas Angolanos promoveu, recentemente, no CEFOJOR (Centro de Formação de Jornalistas), um encontro que juntou quadros séniores da classe para relfetir sobre o assunto.

“É uma possibilidade para os colegas se juntarem em cooperativas e fazerem projetos digitais ao invés de pensarem mais em jornais de papel. O Sindicato agora está a bater à porta de algumas organizações não-governamentais para ver se conseguem financiar estes projetos que poderão surgir”, conclui Teixeira Cândido.

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