Mais de 90 mortos em naufrágio no norte de Moçambique
8 de abril de 2024Entre as vítimas mortais há crianças e 26 pessoas ainda estão desaparecidas, disse hoje à televisão estatal Lourenço Machado, administrador do Instituto de Instituto de Transportes Marítimos de Moçambique (INTRASMAR).
O barco de pesca estava sobrecarregado e não tinha licença para transportar passageiros, acrescentou.
"De acordo com as informações, estariam 130 pessoas" no barco, "que não está vocacionado para transportar pessoas", avançou também Silvério Nauaito, administrador da Ilha de Moçambique, ao canal STV, parceiro da DW.
Segundo Nauaito, as autoridades suspeitam que a sobrelotação terá sido o motivo do naufrágio.
Surto de cólera
Algumas pessoas viajavam para participar numa feira, enquanto outras tentavam "fugir de Lunga para a Ilha de Moçambique com medo de serem contaminadas pela cólera, que tem afetado a região", noticiou a TV Diário Nampula.
Outras notícias citam o secretário de Estado da província, Jaime Neto, que disse à Televisão de Moçambique (TVM) que a maioria dos passageiros terá viajado para a ilha devido ao pânico causado pela desinformação sobre um surto de cólera.
Moçambique registou cerca de 15 mil casos e 32 mortes desde outubro passado devido à doença. Nampula é uma das zonas mais afetadas e registou um terço dos casos.
Buscas para encontrar desaparecidos
As autoridades do posto administrativo de Lunga, localizada a 189 quilómetros da cidade de Nampula, a capital provincial, continuam fazer diligências para localizar as pessoas que continuam desaparecidas.
As equipas de salvamento encontraram até agora cinco sobreviventes, mas as condições do mar estão a dificultar a operação.
"É uma situação complicada e posto administrativo de Lunga está a fazer algumas diligências para localizar outras pessoas que estavam na embarcação", disse ainda Jaime Neto.