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Mali: Macron ameaça retirada de tropas francesas do país

AFP | Lusa
30 de maio de 2021

Presidente francês, Emmanuel Macron, ameaçou com retirada das tropas francesas, caso país caminhe na "direção" de um "islamismo radical". CEDEAO realiza hoje cimeira para discutir a situação política no Mali.

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Frankreich Emmanuel Macron
Emmanuel MacronFoto: Thomas Padilla/MAXPPP/dpa/picture alliance

Em entrevista ao Le Journal du Dimanche (JDD), o Presidente francês afirma que "nunca na vida" a França irá ter soldados no Mali caso se verifique "mais islamismo radical" no país.

"Ao Presidente do Mali, Bah NDaw, que foi muito rigoroso quanto ao acordo entre o poder e os 'jihadistas', eu disse: mais islamismo radical no Mali com nossos soldados lá? Nunca na vida! Existe hoje essa tentação no Mali, mas se caminhar nesse sentido, iremos nos retirar", afirmou Emmanuel Macron na entrevista, citado pela agência France-Presse.

O chefe de Estado francês disse ainda ter "enviado a mensagem" aos dirigentes da África Ocidental de que "não ficaria ao lado de um país onde já não existe legitimidade democrática ou transição".

"Digo isso com lucidez, se formos cúmplices do fracasso da África, seremos responsáveis, mas também pagaremos caro, especialmente em termos de migração", acrescentou Macron.

A entrevista ao semanário surge depois de o Presidente francês ter feito uma viagem ao Ruanda e à África do Sul.

A França tem cerca de 5.100 militares em Barkhane, onde apoia o Mali, país que enfrenta desde 2012 uma grave crise de segurança devido ao conflito com 'jihadistas' radicais.

Mali Oberst Assimi Goita, neuer Übergangspräsident
Coronel Assimi GoitaFoto: AP Photo/picture alliance

Na sexta-feira (28.05), o Tribunal Constitucional do Mali declarou o coronel Assimi Goita Presidente da transição, supostamente para abrir caminho ao regresso dos civis ao poder no Mali.

O coronel Goita, homem forte no Mali desde o golpe de Estado que liderou em 18 de agosto de 2020 com um grupo de oficiais, prendeu o Presidente Bah Ndaw e o primeiro-ministro Moctar Ouane na segunda-feira (24.05).

No dia seguinte, Assimi Goita anunciou que os havia demitido dos seus cargos. A demissão foi então apresentada como renúncia, sem que se soubesse se foi voluntária.

Entretanto, Bah Ndaw e Moctal Ouane foram libertados durante a noite de quinta-feira (27.05).

A libertação foi uma das reivindicações da comunidade internacional.

Cimeira da CEDEAO

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realiza uma cimeira extraordinária para discutir a situação política no Mali este domingo (30.05).

Os líderes da África Ocidental reúnem-se no Gana para discutir a resposta à nova tomada do poder pelos militares no Mali.

A cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo dos 15 países membros da CEDEAO deverá ser dedicada exclusivamente ao Mali, podendo ser considerada a imposição de sanções.

Nas redes sociais, o Gabinete da Presidência do Mali confirmou a participação do coronel Assimi Goita na cimeira.