Mali: Mais de 80 partidos e organizações apelam a eleições
1 de abril de 2024O Mali tem sido governado por uma junta militar desde os golpes de Estado consecutivos em 2020 e em 2021, com a situação de segurança agravada por uma crise humanitária e política.
Em junho de 2022, a junta militar, liderada pelo coronel Assimi Goita, decretou que os militares transfeririam o poder para os civis em 26 de março, no final de um período de transição, após eleições presidenciais em fevereiro. No entanto, as eleições foram adiadas e a junta não deu nenhuma indicação sobre as suas intenções.
Um primeiro grupo de associações e partidos políticos do Mali "apela às autoridades no poder, tendo em conta o vazio jurídico e institucional (...) para que criem as condições de uma consulta rápida e inclusiva, para que instaurem uma arquitetura institucional, com vista a organizar a eleição presidencial o mais rapidamente possível", num comunicado publicado no domingo à noite.
Os signatários desta declaração acrescentam que utilizarão "todos os meios legais e legítimos para que o Mali regresse" à "ordem constitucional normal e ao concerto das nações, garantia de estabilidade política".
Num segundo comunicado, também divulgado este domingo à noite, a Rede dos Defensores dos Direitos Humanos no Mali (RDDHM), que reúne cerca de 50 organizações locais, lançou o mesmo apelo à junta militar, liderada pelo coronel Assimi Goïta.
"O país está a atravessar enormes dificuldades e a transição não se destina a resolver todos os problemas do país. É tempo de sair deste impasse, tanto mais que o último adiamento da transição expirou a 26 de março", sublinha o presidente da RDDHM, Souleymane Camara, que apela ao regresso à "ordem constitucional".