Mali: Missão da ONU entrega últimas bases antes de sair
29 de dezembro de 2023A missão da ONU no Mali , a Minusma, já só mantinha os campos de Gao e Tombuctu, ou seja, os que estavam planeados para serem entregues antes de 1 de janeiro, naquilo a que a ONU chama de "liquidação" da missão, ou seja, a entrega dos últimos equipamentos às autoridades ou o rescindir de contratos existentes.
Mas a situação de segurança nesta região, vítima de ataques terroristas, precipitou a partida definitiva da Minusma de Tombuctu. "Não conseguindo encontrar uma solução para a segurança interna da base Minusma em Tombuctu, foi necessário fechar esta base com urgência. Foram tomadas providências para isso", disse à AFP uma fonte da ONU, sob anonimato.
"Em nome das mais altas autoridades da transição, em nome da população da região de Tombuctu e em meu nome próprio, gostaria de agradecer à Minusma pelos esforços envidados para a paz, convivência e coesão social", declarou o governador da região, Bakoun Kanté, durante a cerimónia oficial de entrega, cujas imagens foram transmitidas na quinta-feira (28.12) no noticiário da ORTM, a televisão pública local.
Os militares que tomaram o poder pela força, em 2020, exigiram em junho, após meses de deterioração das relações, a saída imediata da Minusma que estava implantada, desde 2013 naquele país, dominado por uma profunda crise multidimensional.
O Conselho de Segurança da ONU encerrou o mandato da missão a 30 de junho e fixou 31 de dezembro para deixar em definitivo o país.
Desde então, a Minusma, que contava 15.000 soldados e agentes da polícia, dos quais mais de 180 membros foram mortos em atos hostis, tem escalonado as transferências, em condições por vezes difíceis no Norte, sob a pressão de uma escalada militar entre todos os países com atores armados presentes no terreno.
O Mali é o sétimo maior país da África que faz fronteira, a norte, com Argélia, a leste com o Níger, a oeste com a Mauritânia e Senegal e ao sul com Costa do Marfim, Guiné Conacri e Burquina Fasso.