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Mali, pirataria no golfo da Guiné e República Democrática do Congo em foco nas páginas dos jornais alemães

Helena Ferro de Gouveia21 de junho de 2013

O tema africano dominante na imprensa alemã esta semana continua a ser o Mali. Após dias de negociações, Bamako e os rebeldes tuaregues assinaram um acordo que desimpede o caminho para realização de eleições.

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Foto: Fotolia

Cinco semanas antes das eleições presidenciais no Mali rebeldes tuaregues do MNLA, Movimento Nacional de Libertação de Azawad, e o governo acordaram um cessar-fogo. “Um sinal importante para África” considera o Frankfurter Allgemeine Zeitung.

O acordo provisório assinado em Ouagadougou, capital do país vizinho o Burkina Faso, autoriza o acesso directo das Forças Armadas e da administração à cidade, estrategicamente importante, de Kidal. Desta forma as eleições presidenciais poderão realizar-se em todo o território, uma das condições colocadas pela União Europeia em troca de uma ajuda financeira de 3 mil milhões de euros.

De acordo com o Frankfurter Allgemeine Zeitung “os rebeldes não deverão aceitar o desarmamento até que um acordo global e definitivo seja assinado e isso só acontecerá depois das presidenciais”. O MNLA considera Kidal, no norte do país, como zona tuaregue e vê-se como representante de todos os tuaregue, mas “na verdade o MNLA apenas representa alguns clãs tuaregues numa região onde eles são minoritários” acrescenta o jornal. Por seu turno, o jornal suíço de língua alemã Neue Zürcher Zeitung nota que MNLA esteve na “origem da insurreição no Mali no ano passado e por essa razão é detestado pelos malianos”.

Assinatura do acordo entre o governo de Bamako e o MNLA em Ouagadougou
Assinatura do acordo entre o governo de Bamako e o MNLA em OuagadougouFoto: AHMED OUOBA/AFP/Getty Images

Para evitar incidentes em Kidal e nos arredores, prossegue o diário, “soldados estrangeiros deverão acompanhar o processo de estacionamento dos militares malianos”.

Nova missão europeia de combate à pirataria ?

Nos últimos meses diminuíram os ataques piratas na Somália, mas aumentou a criminalidade no golfo da Guiné. Em 2012, escreve o Die Welt, 966 navios foram assaltados no Golfo da Guiné contra os 851 na Somália. Entre os piratas encontram-se antigos membros do movimento para a independência do delta do Níger o que “faz com que muitos dos piratas tenham uma experiência criminosa e sejam em geral mais brutais do que os seus colegas somalis”.

Militares nigerianos numa operação de combate à pirataria
Militares nigerianos numa operação de combate à piratariaFoto: picture-alliance/dpa

A redução do número de ataques na costa Somália deve-se à Operação Atalanta de combate à pirataria, uma missão internacional actualmente liderada pela fragata portuguesa Álvares Cabral, que também tem como objectivo assegurar a protecção dos navios do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas. Face a estes bons resultado a Forca Naval europeia está a considerar a criação de uma missão semelhante na costa ocidental africana.

Um alemão à frente da MONUSCO

Na República Democrática do Congo um alemão, Martin Kobler irá substituir o americano Roger Meece na liderança da MONUSCO, a missão de estabilização das Nações Unidas, a maior e mais cara missão desta organização com 17 mil capacetes azuis e um orçamento de 1,4 mil milhões de dólares. “ Não será uma tarefa fácil”, escreve o die tageszeitung, “zona de guerra há décadas o leste do Congo é actualmente o terreno de experiências da política de paz da ONU”.

Em Novembro de 2012 o novo movimento rebelde o M23 ocupou a cidade de Goma, capital do Kivu Norte, “uma vergonha para o exército congolês mas também para a ONU” escreve o jornal. Agora A brigada especial de intervenção da ONU que tentará controlar as milícias rebeldes no leste da República Democrática do Congo começou já patrulhar a zona de conflito.Cerca de 870 dos até 3.500 homens que a força terá a sua disposição já estão na maior cidade do leste do país, Goma.A brigada é a primeira a receber um mandato ofensivo do Conselho de Segurança da ONU. As Nações Unidas também começarão a usar drones nestas regiões do país para monitorar as forças rebeldes e impedir qualquer tipo de ajuda através das fronteiras.

Mali, pirataria no golfo da Guiné e República Democrática do Congo em foco nas páginas dos jornais alemães