Manica: Consumo de trombeta de anjo deixa jovens em perigo
9 de junho de 2024Chama-se "trombeta de anjo" e é uma planta altamente tóxica. Alguns jovens na província de Manica estão a fervê-la e consumi-la, o que tem consequências nefastas: perturbações mentais, delírios e taquicardia, entre outros efeitos.
"Bebi um copo. Cheguei a casa e já não me reconhecia mais. Daí, fui ao rio tomar banho e não sabia o que estava a acontecer comigo", contou um jovem à DW.
O pai de um adolescente que também consumiu a "trombeta de anjo", apela às autoridades de saúde que investiguem a origem da planta e apresentem rapidamente estratégias para a sua eliminação, tendo em conta o drama que o seu filho passou.
"É uma planta muito perigosa. Têm de se tomar medidas para eliminar essa planta nas comunidades", advertiu.
Eliminação da planta na região
Abu Álvaro Faz-bem, chefe na zona onde ocorreu o incidente, na cidade de Chimoio, diz ter tomado medidas assim que os familiares dos jovens o informaram da ocorrência.
"Fizemos uma reunião com a comunidade para destruir as plantas. Identificámos algumas plantas e destruímo-las. Até agora, estamos em campanha de destruição dessas plantas. Apelamos aos jovens para não consumirem drogas de qualquer maneira. Porque a planta trombeta é pior que todas as outras drogas. Quem identificar a planta deve alertar a estrutura local para destruir a mesma planta", alertou.
A "trombeta de anjo" é usada na medicina tradicional para tratar, por exemplo, perturbações gastrointestinais. Mas Cândida Mariza das Dores, bióloga pesquisadora de etnobotânica e etnofarmacologia, adverte que esta é uma planta extremamente perigosa para a saúde.
"Esta planta provoca, sim, alucinações. É uma planta extremamente venenosa. Só o facto de cheirar as folhas é suficiente para ter complicações, como paralisia. Por exemplo, podes cheirar agora, ir para casa e começar a sentir a tal paralisia e, se for dormir, não conseguir falar, não conseguir mover-se", explicou.
Náuseas, vómitos e problemas respiratórios são outros dos possíveis efeitos secundários do consumo da mesma.
Artigo atualizado às 13:48 (CET) de 10 de junho de 2024.