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Membros da RENAMO boicotam Manuel de Araújo, em Quelimane

29 de agosto de 2019

Revolta dos representantes da RENAMO na Assembleia Autárquica contra o edil de Quelimane culminou no cancelamento da sessão desta quinta-feira (29.08). Membros da RENAMO alegam que Manuel de Araújo não paga os salários.

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Mosambik | Politischer Konflikt | Quelimane
Vinte membros da RENAMO não compareceram à sessão da Assembleia Autárquica de QuelimaneFoto: DW/M. Mueia

Um grupo de 20 dos 24 membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) que compõem a maioria na Assembleia Autárquica de Quelimane boicotou uma reunião na manhã desta quinta-feira (29.08) no salão nobre do edifício do Conselho Autárquico, alegando falta de entendimento e mau relacionamento com Manuel Araújo, edil da cidade e pertencente à mesma formação política.

Além de problemas relacionados com o não pagamento de salários, os membros da bancada da RENAMO em conflito com Manuel de Araújo disseram, sem gravar entrevistas, que as relações com o edil são más porque não há promoções e nem progressão na carreira profissional e muito menos subsídios de chefia para as pessoas que exerçam essas funções.

A reunião tinha sido marcada para as oito horas da manhã, mas devido à ausência dos representantes da RENAMO, o início dos trabalhos foi alargado para as 10 horas locais. Mesmo assim, a maioria dos membros da RENAMO não compareceu.

Mosambik | Manuel António José
Manuel António JoséFoto: DW/M. Mueia

Sessão cancelada

O presidente da Assembleia Autárquica, Manuel António José, também da RENAMO, ao ver que só estavam presentes os membros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), cancelou o encontro.

"Persistindo a falta de quórum necessário para que se possa iniciar os trabalhos, o presidente da Assembleia Municipal considera a reunião sem efeito nos termos do dispositivo legal do regimento," determinou.

A DW África tentou várias vezes, sem sucesso, ouvir os membros da RENAMO que não compareceram à reunião.

Críticas e indignação

Quelimane/Assembleia autárquica - MP3-Stereo

Já o chefe da bancada da FRELIMO, Francisco Ponta, ao falar aos microfones da DW África, mostrou-se indignado com a situação.

"Para nós, é muito triste. Estávamos preparados para discutir os assuntos que foram arrolados sobre a conta-gerência de 2018, assim como o reajuste do orçamento. Chegamos aqui e estamos a ver que os nossos colegas estão ausentes," descreveu.

"Temos informações de que há um assunto interno que está-se a tratar: primeiro, os membros não tiveram o seu ordenado e, como se não bastasse, solicitaram aos chefes das Finanças para debaterem a questão e perceber melhor o que está a acontecer. Como são problemas que não foram solucionados, então os colegas acharam melhor ficar em casa do que vir aqui e discutir essa questão. Há muita coisa que dá para se resolver e não está tendo solução. É lamentável," acrescentou.

Alige de Morais, também da FRELIMO, criticou o edil Manuel Araújo.

"O presidente do Conselho Autárquico apareceu aqui a mentir perante os membros da Assembleia, a dizer que estava a mudar carreiras. Alguns funcionários já tinham salários em atraso, portanto era tudo mentira. Ontem, víamos a bancada da RENAMO a aplaudir. Hoje é a própria bancada da RENAMO que está a ver que o presidente não serve para nada," disparou

No local, Manuel de Araújo, negou prestar qualquer informação à DW África, tendo afirmado estar muito ocupado.

Recorde-se que a Assembleia Autárquica de Quelimane é constituída por 40 membros - dentre os quais 24 da RENAMO, 15 da FRELIMO e um do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

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