1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
Turismo

Mantas em Inhambane com impacto anual de 32 milhões de euros

16 de fevereiro de 2017

Estudo realizado por associação moçambicana indica ainda que inexistência de mantas em Inhambane poderia representar uma perda anual de 15,3 a 24,4 milhões de euros. Necessidade de conservação destes animais é urgente.

https://p.dw.com/p/2XhEP
Australien Meeresschutzgebiet Great Barrier Reef Mantarochen und Taucher
Foto: imago/OceanPhoto

A promoção do turismo associado ao mergulho com mantas na província de Inhambane, em Moçambique, pode gerar um impacto económico direto de 32 milhões de euros, revela um estudo da Associação Megafauna Marinha, divulgado esta semana. Destes, cerca de 10,3 milhões de euros representam o lucro direto dos operadores de mergulho a operar na região. O estudo revela ainda que a inexistência de mantas neste destino poderia representar uma perda anual de 15,3 a 24,4 milhões de euros.

Todos os anos, a "oportunidade de deparar-se com um destes animais icónicos no seu ambiente natural" leva turistas do mundo inteiro a viajar até Moçambique, o que de acordo com Stephanie Venables, cientista da associação, traz "beneficios diretos à economia local”. Ou seja, acrescenta a responsável, o estudo agora divulgado mostra que "a conservação destes gigantes marinhos supera o benefício económico de pescá-los".

Associação luta por alterações à lei

Tauchboot in Tofo
Mergulhadores na praia do TofoFoto: DW/Johannes Beck

Em 2015, a Megafauna Marinha chamava a atenção para o facto de, na última década, as populações de tubarões-baleia e mantas – os dois gigantes do mar mais apreciadas pelos turistas nesta zona - terem sofrido um declínio na sua população de 79 e 88 por cento, respetivamente. Neste sentido, Stephanie Venables volta a reafirmar que existe, efetivamente, "uma redução considerável" da população de mantas, no entanto, na sua opinião, é ainda "possível fazer a diferença” e "salvar estes animais emblemáticos”.

A associação propõe por isso a criação de novos projetos na área da proteção e alterações à lei. "Estas espécies emblemáticas têm sido cartões-de-visita para a indústria turística e faunística, criando assim incentivos para a sua proteção e do seu habitat, através da criação de áreas de proteção marinha e imposição de restrições de pesca ou comércio", aponta a associação, dando conta que a costa moçambicana possui quase 2.500 quilómetros e, no entanto, só existem seis áreas de proteção marinha. A Associação Megafauna Marinha tem trabalhado com os governos locais e líderes comunitários para proteger as espécies ameaçadas de extinção e salvaguardar também o valor económico do turismo marinho. 

Strand von Tofo
Praia do TofoFoto: DW/Johannes Beck

Para realizar este estudo, a associação usou dados recolhidos em 478 inquéritos sobre despesas de turismo, 15 inquéritos aos parceiros e estatística anual de mergulhos, fornecida por operadores turísticos na zona costeira.