Militante da oposição acusado de tentar matar Obiang
9 de março de 2019"O juiz de instrução refere 'indícios' na decisão para a prisão preventiva, mas não especifica de que se indícios se tratam, que sejam probatórios de que pudesse haver um delito como é a tentativa de assassinato", assinalou em comunicado o CPDS, que afirma ter acedido ao documento assinado por um juiz de Malabo, Óscar Besekú Eñeso.
Em 1 de março, a justiça da Guiné Equatorial ditou a prisão preventiva de Joaquín Eló Ayeto, que está numa 'cela isolada' na prisão de Black Beach, na capital, Malabo, e sobre a qual recaem várias denúncias de violações de direitos humanos.
Na véspera de ter sido presente a tribunal, o opositor referiu ter sido torturado no posto central da polícia de Malabo, onde esteve detido no final de fevereiro por ter comentado "algures", que o Presidente Obiang "não regressará do périplo que está a realizar pelo país", acrescentou o CPDS.
A organização não-governamental (ONG) EG Justice, que defende os direitos humanos da Guiné Equatorial, condenou a "detenção arbitrária" de Joaquín Eló Ayeto e exigiu ao Governo equato-guineense a sua libertação.
No passado mês de fevereiro, os grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram a morte de Onofre Otogo, um equato-guineense sem militância política conhecida, mas detido após o seu alegado envolvimento numa suposta tentativa de golpe de Estado, em 2017.
Em novembro de 2018, Teodoro Obiang Nguema expulsou 42 militantes do partido no poder, o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), pelo seu alegado envolvimento no golpe, que as autoridades equato-guineenses disseram ter sido frustrado.
As autoridades acreditam que um grupo de mercenários oriundos do Chade, Sudão e República Centro-Africana entraram na Guiné Equatorial em 24 de dezembro de 2017 para atacar Obiang, uma iniciativa que o Governo associou à "oposição radical, tanto do interior como do exterior".
Obiang está há 40 anos no poder
O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, dirige o país desde 1979, tendo chegado ao poder através de um golpe de Estado, e é o chefe de Estado há mais tempo em exercício em África.
Desde a independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações defensoras dos direitos humanos como um dos mais países mais corruptos e repressivos do mundo. A Guiné Equatorial aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 2014.