Militares dos EUA matam líder do Estado Islâmico na Somália
27 de janeiro de 2023A operação teve como alvo Bilal al-Sudani, um importante facilitador financeiro para a organização terrorista em todo o mundo e decorreu num complexo de cavernas montanhosas.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, foi informado na semana passada sobre a proposta para a missão, que surgiu após meses de planeamento.
Biden deu a sua aprovação final para a realização desta operação esta semana, de acordo com dois funcionários da sua administração que informaram os jornalistas sob a condição de anonimato.
Ligação ao Al-Shabab
Al-Sudani, que estava no radar das autoridades de inteligência dos EUA há anos, desempenhou um papel fundamental ajudando a financiar as operações do Estado Islâmico (EI) em África, bem como o braço terrorista ISIS-K que opera no Afeganistão, acrescentaram as mesmas fontes.
Este terrorista tinha sido originalmente assinalado pelo Departamento do Tesouro, em 2012, pelo seu papel no Al-Shabab, outra organização terrorista que opera na Somália.
"Dada a localização remota da operação, a avaliação é de que nenhum civil foi ferido ou morto. A proteção de civis continua a ser uma parte vital das operações do comando para promover maior segurança para todos os africanos", destacou, por sua vez, Comando Militar Norte-Americano para África (AFRICOM), em comunicado.
Um norte-americano envolvido na operação foi mordido por um cão militar, mas não ficou gravemente ferido, segundo fonte do governo.
As autoridades norte-americanas forneceram poucos detalhes sobre como a operação foi realizada ou as circunstâncias que envolveram a morte de Al-Sudani.
Um oficial destacou que as forças dos EUA pretendiam capturar Al-Sudani, mas que essa opção não se mostrou "viável" quando a operação foi realizada.
Ataque do AFRICOM
A operação ocorre dias depois do AFRICOM ter anunciado que conduziu um ataque coletivo de autodefesa a nordeste de Mogadíscio, a capital, perto de Galcad.
Nessa ação, as forças do Exército Nacional da Somália estavam envolvidas em combates intensos, após um ataque prolongado e intenso de mais de 100 combatentes do Al-Shabab.
Os EUA estimaram que aproximadamente 30 combatentes do Al-Shabab foram mortos nessa operação.
A ofensiva das forças somalis contra o Al-Shabab foi descrita como a mais significativa em mais de uma década.