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Ministério Público sul-africano conclui investigação a Zuma

Mark Caldwell | Nuno de Noronha
26 de outubro de 2016

A investigação prende-se com a alegada influência da poderosa família Gupta na nomeação de ministros.

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Jacob Zuma Staatspräsident Südafrika
Foto: Imago/Xinhua

O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, pediu esclarecimentos ao tribunal, na terça-feira (25.10.), se poderia questionar testemunhas antes do Ministério Público finalizar o relatório, que é dado como finalizado a 14 de outubro.

O Presidente da África do Sul esteve, na terça-feira (25.10), no Conselho Nacional das Províncias, a câmara alta do Parlamento sul-africano, para dar explicações essencialmente sobre dois assuntos.

O partido da oposição Aliança Democrática perguntou no Parlamento se Zuma planeava intervir na questão de Pravin Gordhan, um processo que pode pôr em causa a economia do país. 

“Não posso ter nenhum tipo de intervenção a partir do momento em que os agentes da lei levaram o assunto para o tribunal. Apenas o tribunal pode analisar e julgar esse tema”, respondeu Zuma.
O Ministro das Finanças Pravin Gordhan vai ser presente a juiz na próxima semana, 2 de novembro, sob a acusação de corrupção. Gordhan foi intimado pelo Ministério Público por causa de uma decisão tomada há 10 anos: ao que tudo indica concedeu indevidamente uma reforma antecipada, quando estava à frente da Autoridade Tributária.

“As acusações contra Gordhan são motivo de preocupação para todos nós, incluindo os investidores”, disse Zuma que, em nome do Executivo expressou "total apoio ao ministro”.

No entanto, vários analistas dizem que a acusação é uma tentativa deliberada de Jacob Zuma afastar o ministro do poder. Veterano respeitado do ANC (Congresso Nacional Africano), Gorhan tem tentado combater a corrupção e os excessos do Governo de Zuma, atingido por vários escândalos e pela crise económica do país.

Haverá ou não relatório anti-corrupção?

No Parlamento, a Aliança Democrática quis também saber se o chefe de Estado pretendia ou não retirar a ação judicial contra um relatório do Ministério Público, que aparentemente mostra que membros da família Gupta têm apontado nomes para cargos ministeriais.

“Como cidadão deste país, tenho o direito de exercer os meus direitos. Eu embarguei esse relatório. Não há nada de mal”, afirmou o chefe de Estado.
Os deputados do partido Lutadores pela Liberdade Económica recusaram-se a ouvir o discurso do Presidente. “O honrado Jacob Zuma não é competente o suficiente para ser Presidente deste país”, justificou Younus Vawda.

“Este homem que está aí sentado é um assassino. Vejam, ele está a rir-se. Este homem aí sentado é um ladrão”, acusou o deputado do mesma força partidária Nkagisang Koni.

Ambas as intervenções levaram a Presidente do Conselho Nacional das Províncias a expulsar do Parlamento todos os membros do partido Lutadores pela Liberdade Económica, um a um.

Vários analistas têm alertado para o risco de contaminação que os casos que envolvem o Presidente Zuma possam ter na economia, já por si fragilizada, nos últimos anos, pela perda do valor da moeda nacional, o rand.

Alguns membros da velha guarda do partido no poder, o Congresso Nacional Africano, também já romperam relações com Zuma por causa das suas últimas decisões políticas. Uma situação que pode prejudicar a imagem do partido e do Governo.

26.10.2016 Zuma no Parlamento - MP3-Mono

Südafrika Kapstadt Finanzminister Pravin Gordhan
Ministro das Finanças Pravin Gordhan vai prestar contas à justiçaFoto: picture-alliance/AP Photo/M. Hutchings

Zuma está sob pressão da oposição e também no seio do seu próprio partido, o ANC.

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