Morreu Evaristo Carvalho, ex-PR de São Tomé e Príncipe
29 de maio de 2022O antigo chefe de Estado são-tomense (2016-2021) estava internado num hospital em Lisboa e faleceu cerca das 22h deste sábado (hora local). Eleito Presidente de São Tomé e Príncipe em 18 de julho de 2016, Carvalho exerceu o mandato até 02 de outubro de 2021, quando foi sucedido por Carlos Vila Nova.
Pai de 25 filhos, o ex-estadista foi um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial. Foi também presidente da Assembleia Nacional, ministro e deputado.
O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, lamentou neste domingo (29.05) a morte do ex-chefe de Estado de São Tomé e Príncipe Evaristo Carvalho, no sábado em Lisboa, classificando-o como "grande estadista e destacado são-tomense".
"Foi com profundo pesar que a Presidência da República [da Guiné-Bissau] tomou conhecimento do desaparecimento físico do ex-chefe de Estado de São Tomé e Príncipe Sr. Evaristo Carvalho, um grande estadista e destacado são-tomense, amigo pessoal do Presidente Umaro Sissoco Embaló", lê-se num 'post' publicado na conta oficial da rede social Facebook.
Carreira
Técnico de agricultura, Evaristo Carvalho começou por ser um quadro do partido único - Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) - após a independência e até ao início do multipartidarismo, na década de 1990.
Foi chefe de gabinete de Miguel Trovoada quando este foi Presidente da República e aderiu ao Ação Democrática Independente (ADI), partido hoje liderado pelo filho daquele e antigo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
Pouco antes das presidenciais do ano passado, justificou que decidiu não se recandidatar por pretender passar o testemunho aos mais jovens e disse esperar do seu sucessor "mais dinamismo e iniciativas".
Na votação da segunda volta das presidenciais, em 05 de setembro passado, recordou que estava prestes a cumprir 80 anos e "pouco mais de 60 de trabalho na vida laboral", quase todos no aparelho de Estado.
Afirmando-se "feliz" e "orgulhoso" com o seu percurso profissional, disse acreditar ter merecido uma "boa nota" pelo desempenho. "Sinto-me cansado, por isso não continuei a marcha", comentou na ocasião.
"Já assegurei a governação por duas vezes e sempre fazendo o trabalho de bombeiro para contribuir para ultrapassar grandes desafios e grandes crises políticas", referiu.
Evaristo Carvalho é o primeiro ex-chefe de Estado são-tomense eleito após a independência (1975) a falecer.