Mortes devido a acidente aéreo na Nigéria deverão aumentar
4 de junho de 2012
A ministra nigeriana da Aviação, Stella Oduah, afirmou que o governo da Nigéria vai instituir uma investigação profunda sobre os motivos do acidente que vitimou todos os passageiros quando a aeronave da companhia local Dana Air caiu enquanto perfazia o trajeto da capital, Abuja, para a capital económica do país, Lagos. "Mais uma vez, nós não sabemos exatamente o que aconteceu. Sabemos que estavam apenas a 11 milhas náuticas do Aeroporto Internacional de Lagos quando pediram socorro. É tudo o que sabemos por agora", relatou Oduah.
Uma das caixas negras do avião já foi encontrada. Segundo informações da agência noticiosa AFP, que cita autoridades nigerianas, os dois motores do aparelho pararam de funcionar antes da queda da aeronave. Solomon Omotayo viu o aparelho perder o controlo minutos antes de cair no populoso bairro de Iju, a norte de Lagos.
Ele contou à DW África que, "quando vimos já estava muito baixo, cerca de dois minutos depois ouvimos o barulho. Depois seguimos o fumo até aqui. Quando eu e um outro funcionário fomos para o outro lado, removeram alguns dos cadáveres. Mas eu não sei o número de pessoas que eles removeram. Mas o que posso dizer é que é uma (grande) perda, há muitos corpos ainda lá".
O avião colidiu diretamente com um edifício tendo dado origem a um incêndio que destruiu depois outros edifícios. Ainda não se sabe o número de pessoas que morreram em terra na sequência do acidente.
Multidão no local do acidente desafia autoridades
Nas operações de resgate as autoridades enfrentam agora um outro problema: o elevado número de pessoas que acorreram ao local do acidente. Utilizando megafones, os operacionais de resgate tentam controlar a multidão que tenta desesperadamente aproximar-se dos restos do avião para identificar os corpos. O que levou a polícia a lançar gás lacrimogéneo na manhã desta segunda-feira (04.06), um dia depois do acidente.
Tayo Taiwo, membro da Save a Soul, uma das organizações voluntárias que ajudam no resgate, diz que a multidão precisa ser controlada. "Na verdade, a multidão é uma limitação que estamos a ter. Todos os serviços estão na área, mas para conseguirem chegar aqui é um desafio. As ambulâncias, os bombeiros, cerca de 5 carrinhas estão aqui, mas para terem acesso é um problema. Precisam de limitar o local para que as entidades possam vir aqui", descreve Taiwo.
O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou três dias de luto nacional pelas vítimas do acidente.
A segurança aérea permanece uma preocupação na Nigéria. Nos últimos anos, o país teve vários acidentes com voos comerciais.
Autor: Sam Olukoya (Lagos) / Glória Sousa
Edição: Renate Krieger / António Rocha