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Moscovo: Polícia russa detém cerca de 200 pessoas

DPA | AFP
13 de março de 2021

Cerca de 200 pessoas, incluindo dezenas de políticos da oposição, foram detidas durante um evento político em Moscovo este sábado. A polícia afirma que os participantes estavam a infringir as regras da Covid-19.

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Dezenas de participantes na cimeira foram detidos em MoscovoFoto: Sergej Satanovskij /DW

Vários críticos proeminentes do Kremlin foram libertados da custódia policial este sábado (13.03), na sequência de uma incursão sem precedentes numa conferência política.

A polícia de Moscovo afirmou anteriormente que cerca de 200 pessoas tinham sido detidas enquanto participavam numa cimeira sobre política municipal.

Líderes da oposição e funcionários locais independentes de diferentes partes da Rússia viajaram a Moscovo para participar do evento e coordenar a sua estratégia contra o partido no poder.

Pouco depois do início da conferência, porém, a polícia dispersou a reunião e prendeu quase todos os participantes, bem como alguns jornalistas que faziam a cobertura do evento.

As autoridades disseram que "uma parte significativa dos participantes não usava meios de proteção [anti-vírus]".

Ligações à "Open Russia"?

A polícia de Moscovo disse também que alguns dos participantes eram "membros de [uma] organização cujas atividades foram declaradas indesejáveis" em território russo.

A designação "indesejável" deriva de uma lei controversa que visa organizações estrangeiras na Rússia. Grupos que se enquadram nessa categoria estão impedidos de emitir publicações na Rússia. As pessoas que cooperam com tais organizações correm o risco de serem multadas e condenadas a penas de prisão.

Embora a polícia não tenha especificado a organização em questão, parecia muito provável que se referissem à organização da oposição "Open Russia" (ou Rússia Aberta, na tradução literal para o português), apoiada pelo magnata da energia exilado Mikhail Khodorkovsky. Vários dos membros do grupo estiveram presentes na reunião.

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Vladimir PutinFoto: Alexei Druzhinin/AP/picture alliance

O que dizem os líderes da oposição?

O ativista da oposição Vladimir Kara-Murza falou aos repórteres após a sua libertação, dizendo que seria de se esperar que os participantes comparecessem em tribunal numa data posterior.

"Penso que Franz Kafka teria simplesmente inveja do sistema judicial russo de hoje, não teria a imaginação", disse.

O crítico do Kremlin Ilya Yashin, um assistente do líder da oposição preso Alexei Navalny e líder de um dos distritos municipais de Moscovo, publicou um vídeo da sua prisão.

"O governo acredita obviamente que está a demonstrar força. Na realidade, todos estes polícias a correr por aí - parece apenas lamentável e feio", escreveu ele no Twitter.

Num post separado no Facebook, Yashin observou também que "ninguém nos prometeu liberdade numa bandeja de prata".

Mais tarde, ele confirmou a sua própria libertação.

Partido pró-Putin em baixa

A Rússia prevê realizar uma eleição parlamentar neste outono.

O partido do Presidente Vladimir Putin, United Russia, detém atualmente 335 dos 450 lugares na assembleia, mas sondagens recentes mostram que apenas 27% dos eleitores estão a planear apoiar o partido pró-Putin no escrutínio, de acordo com a respeitável organização de sondagens Levada-Center.

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