Movimento Democrático de Moçambique tem nova liderança
8 de junho de 2011O Movimento Democrático de Moçambique estava sem secretário-geral desde abril, quando Ismael Mussá pedira demissão. Com a nomeação de Luis Boavida, anunciada na segunda-feira (06/06), o objetivo é reforçar o MDM para as eleições autárquicas de 2013 e também para as eleições gerais - legislativas e presidencial - no ano seguinte.
"Esperamos ter resultados satisfatórios em 2013 e 2014, com este processo de preparação do partido, de modo a ganharmos a presidência do maior número de municípios no país, elegermos maior número de deputados na Assembleia da República e também conseguir fazer com que os moçambicanos considerem como candidato de eleição à Presidência da República o candidato do MDM", diz Boavida, que já foi deputado pela RENAMO.
Para um partido criado recentemente, as metas parecem bastante ambiciosas. O conservador MDM nasceu em 2009, como resultado de uma dissidência com a RENAMO, a principal força da oposição do país. Mesmo jovem, Luís Boavida mostra-se confiante no trabalho do MDM até às próximas eleições.
"O MDM é o único partido de oposição em atividade plena em Moçambique. Nós estamos representados na maior parte dos distritos do país, e é curioso que, na maior parte dos distritos onde estamos representados, constituímos o único partido da oposição presente. Então, a perspectiva é boa, o que nos faz sentir que o nosso plano estratégico é viável e terá um bom termo", diz ele.
"O MDM não quer ser oposição eterna"
O presidente do MDM, Daviz Simango, que também já foi membro da RENAMO, considera Luís Boavida o homem certo para o cargo de secretário-geral. "Ele é um membro do partido, tem-se dedicado à causa do partido. E encontramos nesta figura uma pessoa permanente, existente, em tudo o que é canto do país", explica.
Luís Boavida foi, inclusive, deputado em duas legislaturas. Agora como secretário-geral do MDM acredita chegar ao poder, objetivo que considerava não existir na RENAMO.
"O MDM não quer ser oposição eterna. O MDM tem uma filosofia de trabalho para que não continue na oposição por muito mais tempo e tem também estratégias para que, uma vez conquistando o poder, possa mantê-lo por muito mais tempo, ganhando a confiança dos seus eleitores", anuncia Boavida.
O Movimento Democrático de Moçambique é a terceira força política do país, com oito deputados na Assembleia da República. A RENAMO tem 50 deputados e a FRELIMO, partido atualmente no poder, detém a maioria dos assentos parlamentares, 192.
Autora: Gloria Sousa / Francis França
Revisão: António Rocha