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Liberdade de expressãoMoçambique

Moçambique: Adriano Nuvunga não teme ameaças de morte

8 de outubro de 2020

O ativista moçambicano Adriano Nuvunga, diretor do CDD, não se deixa intimidar pelas ameaças de origem desconhecida de que foi vítima na quarta-feira. Sociedade civil quer intervenção do Estado para travar violência.

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Adriano Nuvunga
Foto: Romeu da Silva/DW

Adriano Nuvunga, diretor executivo do Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD), diz que as ameaças de morte que sofreu só o motivam a trabalhar em prol do desenvolvimento de Moçambique. 

"Não sei se é um braço de ferro, mas o que nós temos de fazer é [continuar] a dar a nossa contribuição como cidadãos", começa por dizer. "Há muitos outros que queriam fazer isso e não têm oportunidade e nós temos e estamos a fazê-lo. Damos o nosso máximo, damos o nosso contributo para que o país continue a crescer", acrescenta.

Adriano Nuvunga
Adriano Nuvunga, diretor executivo do Centro para Democracia e Desenvolvimento e ativista socialFoto: Romeu da Silva/DW

Adriano Nuvunga terá recebido um telefonema de um desconhecido esta quarta-feira (07.10) que lhe disse que havia uma bomba na sua residência. Tudo não passou de uma falsa ameaça, esclarece o diretor do CDD, que reafirma que o que se deve fazer agora é continuar a defender os mais desfavorecidos. 

"Vamos continuar a fazer esse trabalho e a proteger os mais vulneráveis, a defender os direitos humanos e a contribuir no combate à corrupção e promoção da transparência", assevera. "Acreditamos que isso é importante para que possamos ter uma prosperidade partilhada e o crescimento coletivo de Moçambique", afirma.

Ativistas pedem interferência do Estado

Ativistas sociais moçambicanos pedem ao Estado que intervenha para evitar a continuidade de ameaças do género, como disse o ativista Jorge Matine, diretor executivo do Observatório do Cidadão para Saúde (OCS).

"Esclarecer casos de ameaças e violência contra membros da sociedade civil vai desencorajar aqueles que têm essa prática. Enquanto o Governo tiver muitos casos não esclarecidos, haverá espaço para que essa prática seja legitimada", comenta.

Já a ativista social Paula Monjane, diretora executiva do Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil (CESC), também desconfia que o "sistema" esteja por detrás desta situação.

"A iniciativa que a sociedade civil está a ter de criar uma rede de defensores de direitos humanos vai permitir, de alguma forma, reclamar para que os direitos não sejam violados", acredita.

Em Moçambique, vários jornalistas e membros da sociedade civil têm-se queixado desde há algum um tempo de perseguições e ameaças de morte e classificam essa atitude de violação da liberdade de expressão e imprensa.

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