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Autoridades suspeitam de novo ataque a distrito de Nampula

Lusa
6 de setembro de 2022

Grupos que aterrorizam Cabo Delgado terão atacado uma aldeia no distrito de Memba, província de Nampula. "Supomos que tenha sido uma tentativa de dispersar a população" para "roubarem comida", diz administrador.

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Cabo Delgado, Moçambique
(Foto de arquivo)Foto: Paulo Milanesio/MSF

Segundo o administrador do distrito de Memba, Juma Cadria, o mesmo grupo que invadiu a aldeia de Kútua na sexta-feira (02.09), no extremo norte da província de Nampula, é suspeito de ter atacado às 22:00 de domingo a aldeia de Minhanha, em Memba, uma vez que "são aldeias vizinhas".

"Estamos a supor que esta incursão tenha sido uma tentativa de dispersar a população" para os agressores "roubarem comida, além de dispersarem também as forças de defesa e segurança que estão na região", disse Juma Cadria.

O responsável revelou ainda que o grupo queimou residências e roubou bens da população, que fugiu para zonas próximas, deixando a aldeia de Minhanha "vazia".

Mosambik Ärzte ohne Grenzen in Cabo Delgado
Terroristas incendiaram infraestruturas públicas em privadas no distrito de Memba (Foto de arquivo)Foto: Paulo Milanesio/MSF

Alastramento dos ataques

As autoridades acreditam que se trata dos grupos armados que fogem de Cabo Delgado para Nampula, província vizinha, para recrutar mais pessoas para "engrossar as suas fileiras".

"Em Cabo Delgado estão a ser fustigados, encontram-se numa situação de fragilidade, então, tentam recrutar mais pessoas, mas esta ginástica não está a ser fácil porque, deste lado, também há uma pressão", frisou o administrador de Memba.

Esta é a segunda vez que províncias vizinhas de Cabo Delgado (norte do país) são alvo de ataques semelhantes aos que ali têm acontecido - e onde também está por esclarecer quem protagoniza a violência. Em dezembro de 2021, houve a mesma suspeita em relação a ataques em zonas da província de Niassa que fazem fronteira com Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

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