Moçambique avança na exploração do gás natural
10 de agosto de 2017Os acordos assinados esta quinta-feira permitem que se comece a construir as infraestruturas para extrair o Gás Natural Liquefeito (GNL) na Bacia do Rovuma. Incluem ainda licenças especiais que beneficiam as multinacionais ENI e Anadarko.
O Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Hidrocarbonetos, Omar Mithá, avançou à DW África que a produção do GNL deverá começar em 2022, ao largo da costa moçambicana
Na Área 4, espera-se uma produção da ENI de "3,5 milhões de toneladas por ano apenas no barco flutuante, o offshore; o onshore será 10 milhões de toneladas por ano pela EXIOM, mas na Anadarko [Área 1] são 12 milhões de toneladas por ano", explicou.
A gestão das infraestruturas nas áreas 1 e 4 será feita de forma coordenada, segundo o representante da empresa petrolífera italiana ENI, Fabio Castiglioni: "Esta abordagem visa garantir a eficiência na gestão de custos e, ao mesmo tempo, promover sinergias nas operações", afirmou esta quinta-feira (10.08) durante a cerimónia de assinatura dos contratos.
Benefícios
Para a ministra moçambicana dos Recursos Minerais e Energia, Lectícia Klemens, os acordos assinados são um passo "importante" para o início da produção de gás natural liquefeito e para começar outros projetos que têm o gás como matéria-prima - incluindo a produção de fertilizantes e de eletricidade.
Os moçambicanos deverão beneficiar do gás natural: A ministra afirmou que o Governo se vai esforçar para garantir a "incorporação de um conteúdo local visível em todas as vertentes de desenvolvimento dos empreendimentos associados ao projecto de gás natural do Rovuma."
O vice-presidente da norte-americana Anadarko, John Grant, garantiu, por seu lado, que a empresa vai "trabalhar com o Governo de modo a maximizar as oportunidades que este projeto trará para a industrialização do norte de Moçambique."
Reassentamento da população
Um dos problemas que têm sido levantados quando se implementam grandes projetos está relacionado com o reassentamento das populações.
O representante da ENI assegurou que a sua empresa tudo fará para que o projeto de reassentamento na área 4 aconteça "em estrita observância da lei, do plano aprovado e dos padrões internacionais aplicáveis, para esta seja igualmente uma oportunidade para a melhoria das condições sociais e económicas das famílias afetadas."
O processo de reassentamento deverá começar ainda este ano.