Moçambique: Chido mata e destrói em Cabo Delgado
17 de dezembro de 2024Casas caídas, famílias ao relento, árvores tombadas, instalações elétricas no chão e comunicação móvel com restrições. Este é o resultado da passagem do ciclone Chido que fustigou o norte de Moçambique na segunda-feira, de acordo com secretário de Estado de Cabo Delgado, António Supeia em declarações à televisão pública de Moçambique.
"Tivemos dois óbitos. Ainda estamos a fazer [o levantamento] aqui em Pemba apenas", declarou Supeia para quem ainda não há dados sobre alguns distritos "porque enfrentamos dificuldades de comunicação com os distritos, impedindo-nos de fazer um rescaldo do que lá aconteceu", sublinhou o dirigente.
O número de vítimas mortais pode ascender a duas dezenas, de acordo com informações divulgadas na tarde de segunda-feira pela representante da Nações Unidas em Moçambique, Isadora Zani. Entretanto, ainda não validados pelas autoridades sanitárias.
Rastos de destruição
No distrito de Mecufi por exemplo a representante da ONU em Moçambique relata que foi possível observar a destruição de escolas e infraestruturas sanitárias.
"Poucas casas seguem em pé. Ainda assim foi possível a atualização de 37 pessoas feridas, 17 mortos e 35 pessoas que foram levadas à cidade de Pemba", informou Isadora Zani.
O distrito de Metuge é outro que foi bastante devastado pelo ciclone Chido em Cabo Delgado, onde há relatos de habitações e infraestruturas públicas arrasadas, de acordo com o levantamento da ONU.
"Em Metuge-sede, todas a infraestrutura governamental teve destruição parcial. É possível observar a destruição [de habitações dos residentes]", relevou Isadora Zani. O destaque vai para a destruição de coberturas das casas feita na base de chapas de de zinco que foram arrastadas pelo vento deixando muitas famílias sem abrigo.
Ainda não estão disponíveis dados relativos à devastação causada pelo ciclone Chido no distrito de Chiúre.
Apoio humanitário
O secretário de Estado na província de Cabo Delgado orientou para uma resposta urgente para apoiar as vítimas da intempérie cujo número total de afetados ainda não foi revelado.
"Até agora só Pemba é que está a fornecer alimentos. Todos os outros distritos que visitamos, ainda não começamos a dar resposta de choque", lamentou António Supeia, instando ao seu executivo para que acelere o passo na ajuda humanitárias às vitímas do ciclone.
Na província vários postes de corrente elétrica tombaram, deixando às escuras os distritos de Pemba, Mecufi, Metuge, Ancuabe e Chiúre desde domingo.