Cabo Delgado: Moçambique e Ruanda querem "novas estratégias"
11 de janeiro de 2022O acordo assinado na segunda-feira (10.01) em Kigali, capital ruandesa, prevê "a adoção de novas estratégias para lidar com os desafios enfrentados nos últimos seis meses" em Cabo Delgado, referiu o brigadeiro Chongo Vidigal, chefe do Estado-Maior do Exército de Moçambique, citado em comunicado pelo Ministério da Defesa do Ruanda.
Ronald Rwivanga, porta-voz da Força de Defesa do Ruanda, acrescentou que "entre as decisões tomadas inclui-se a expansão das esferas de cooperação em termos de capacitação das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, bem como a melhoria do 'modus operandi' das forças conjuntas no teatro operacional", no norte do país.
A assinatura do acordo concluiu discussões que decorreram desde domingo (09.01) entre as delegações de defesa e segurança de Moçambique e do Ruanda para rever a situação de combate à insurgência na província nortenha.
Declaração contra o terrorismo
Entretanto, sete líderes religiosos católicos e muçulmanos da província de Cabo Delgado assinaram uma declaração com o objetivo de trabalharem unidos na luta contra o extremismo no norte de Moçambique.
"Temos um plano que será divulgado até fevereiro com atividades conjuntas, oração, sensibilização, trabalho com membros da igreja, sociedade e encontros com os governos para a manutenção da paz", disse esta terça-feira à agência de notícias Lusa António Juliasse, administrador apostólico em Pemba, Cabo Delgado.
A declaração pretende também dissipar equívocos e mostrar ao mundo que as religiões em Cabo Delgado "estão unidas", defendem a paz e vão trabalhar "como parte da solução e não do problema".
"É uma afirmação clara", sublinhou Juliasse.
A declaração inter-religiosa de Pemba, com 15 alíneas, prevê atividades até dezembro de 2022.