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EducaçãoMoçambique

Moçambique: Escolas ao relento em Nampula

Sitoi Lutxeque (Nampula)
30 de dezembro de 2022

Faltam salas de aula na província moçambicana de Nampula. O Governo promete entregar 300 novas salas de aula em 2023, passíveis de resistir às mudanças climáticas. Mas é um número muito aquém do que é preciso.

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Aulas ao relento em Nampula
Aulas ao relento em NampulaFoto: Sitoi Lutxeque/DW

Em 2022, milhares de alunos de Nampula frequentaram as aulas sentados debaixo de árvores. Ao todo, estima-se que sejam necessárias mais de 1.500 salas para acabar com as aulas ao relento na província.

"A situação das turmas ao relento é muito preocupante na província de Nampula. Temos um número de mais ou menos 2.198 turmas ao relento, e isto é preocupante", disse à DW África Abdul Jamal, técnico de construções escolares na direção provincial da Educação e Desenvolvimento Humano de Nampula.

Escolas existentes sem resistência a intempéries

Em 2023, poderá haver centenas de novas salas. Segundo o supervisor provincial de Nampula do Programa de Gestão do Risco de Desastres e Resiliência (PforR), Paulo Vinício Magalhães, "na província de Nampula serão reabilitadas 320 salas de aula, e foram lançados dois concursos" para construir novas instalações.

O governoador provincial Manuel Rodrigues (3º à esqª)
O Governo provincial de Manuel Rodrigues (3º à esqª) promete colmatar os défices de salas de aulas Foto: Sitoi Lutxeque/DW

As salas de aula a serem construídas deverão ter em conta as mudanças climáticas, diz Magalhães. "Foram feitas análises das infraestruturas existentes e reparou-se que há deficiências na questão da resiliência, sem capacidades de aguentar os esforços vindos dos fenómenos naturais, especificamente os ciclones". 

Planos concretos para reduzir os défices

64 das 320 salas de aula já estão em construção desde julho de 2022, em 20 escolas de cinco distritos. O orçamento é de 38 milhões de meticais, cerca de meio milhão de euros.

Segundo o técnico de construções escolares, Abdul Jamal, o governo local tem estado a trabalhar com parceiros para reduzir o défice de salas de aula. "Provavelmente, em breve poderemos ver esses números a reduzir", prevê.

As reabilitações acontecem no âmbito do Programa de Gestão do Risco de Desastres e Resiliência, financiado pelo Banco Mundial, assistido tecnicamente pela ONU-Habitat (Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos).

Ao todo, o programa prevê a construção e reabilitação de pouco mais de 3.000 salas de aulas resistentes às mudanças climáticas em todo o país.

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