Nyusi justifica atrasos salariais com implementação da TSU
10 de agosto de 2023"Não há problemas de salários por causa de carência […] o momento de transição [para a TSU] por si só está a trazer estas descontinuidades que exigem paciência", observou esta quinta-feira (10.08) o chefe de Estado moçambicano, durante uma conferência de imprensa em Maputo, no final de uma reunião com o Presidente queniano, William Ruto, que visita Moçambique.
Filipe Nyusi assinalou que a transição para a nova tabela salarial foi um "mega elemento" que "mudou a vida das pessoas", pedindo a "suficiente calma" para que "paulatinamente o problema seja resolvido".
"Que não haja um esforço de degradar o sistema ou de aproveitamento. Tem de haver um ambiente onde as pessoas colaboram para a solução", acrescentou Filipe Nyusi, indicando que, apesar dos atrasos salariais, a nova tabela trouxe benefícios em alguns casos.
"Estava eu a falar com um cidadão ontem e que me dizia que havia médicos que recebiam 52 mil meticais [738 euros], mas agora estão acima de 100 mil meticais [pouco mais de mil euros]. Então, neste caso, quando se resolve um problema aparecem outros problemas", acrescentou.
Na segunda-feira, o Ministério da Economia e Finanças disse que os atrasos nos pagamentos de salários, sobretudo na polícia e no exército, devem-se a problemas de cadastro no novo sistema de pagamento.
Os militares e polícias "tinham um sistema de processamento de salários paralelo e foi decidido que eles tinham também de migrar para um processamento único do Estado", referiu, na altura, o diretor nacional de Contabilidade Pública, Manuel Matavel.
De acordo com Matavel, 94% do efetivo do Ministério do Interior foi cadastrado, 97% dos quais já tiveram o salário de junho, e no Ministério da Defesa foram cadastrados 95% dos funcionários, 94% dos quais também recebeu o salário.