FRELIMO exalta antigos combatentes em Cabo Delgado
6 de setembro de 2024A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, enalteceu hoje (06.09) o trabalho da força local, antigos combatentes que apoiam o exército moçambicano nocombate ao terrorismo em Cabo Delgado, destacando o "espírito heróico" na defesa da soberania.
"A Frelimo encoraja com especial atenção os combatentes que se encontram, neste momento, nas trincheiras de Cabo Delgado e que compõem a Força Local, a continuar a rechaçar os terroristas, mantendo o espírito heróico dos seus herdeiros na defesa da independência nacional e da nossa soberania", refere o partido em comunicado alusivo às celebrações do Dia da Vitória, que marca a assinatura dos Acordos de Lusaca, em 07 de setembro de 1974, entre a FRELIMO e o Governo português, abrindo caminho à proclamação da independência moçambicana.
A designada força local é composta sobretudo por antigos guerrilheiros da FRELIMO, que liderou a guerra contra o regime colonial português (1964-1974)e que voluntariamente voltaram a pegar em armas para combater os grupos rebeldes que têm protagonizado ataques na província de Cabo Delgado desde outubro de 2017.
A força local tem sido um aliado importante nas operações para travar a insurgência armada no norte de Moçambique, com a vantagem de ser integrada por antigos guerrilheiros locais e que conhecem a geografia da região em que o conflito ocorre.
"A FRELIMO saúda efusivamente os garbosos jovens das Forças de Defesa e Segurança que, com alto sentido de defesa da pátria, lutam contra os terroristas que matam, semeiam o pranto, dor e luto no seio das famílias e destroem o que foi conquistado arduamente e com muito sacrifício, retardando o desenvolvimento do país", lê-se ainda na nota.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que também apoiam Moçambique no combate aos rebeldes.
Desde o início de agosto, diferentes fontes no terreno, incluindo a força local, têm relatado confrontos intensos nas matas do posto administrativo de Mucojo (Macomia), envolvendo helicópteros, blindados e homens fortemente armados, com relatos de tiroteios em locais considerados como esconderijos destes grupos.
Os festejos do Dia da Vitória foram marcados pela atribuição de condecorações a 1.547 veteranos da luta de libertação nacional em todo o país, em reconhecimento pelos seus feitos na guerra contra o colonialismo português.